Ter um pé na Europa e outro no Brasil garantiu equilíbrio para o grupo italiano AlmavivA, voltado para tecnologia da informação e comunicação, apesar do impacto da economia sobre os resultados das empresas nessas regiões. Em telecomunicações, um dos setores atendidos pela AlmavivA, no Brasil, por exemplo, o faturamento de Vivo e Claro avançou, enquanto o de TIM e Oi caiu.
“Na Europa, as empresas de telecomunicações ficaram satisfeitas porque a receita caiu só 10%; no Brasil, cresceu”, disse o presidente-executivo mundial da AlmavivA, Marco Tripi.
Fundado nos anos 90, o grupo abriu uma subsidiária no Brasil em 2006. Em pouco tempo, a unidade que atua com serviço de relacionamento com o cliente, por meio de call center (CRM, na sigla em inglês), tornou-se o maior negócio para o grupo.
No ano fiscal de 2014, encerrado em setembro, a subsidiária registrou receita líquida de R$ 605 milhões, 47% acima de igual período de 2013 (R$ 412 milhões). O lucro sobre juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) cresceu 122%, para R$ 100 milhões. O lucro líquido atingiu R$ 30 milhões, ante R$ 10 milhões um ano antes. Para 2015, a meta é alcançar R$ 55 milhões. Já a receita consolidada do grupo atingiu 750 milhões de euros (R$ 2,4 bilhões), alta de 7% na comparação anual.
Os resultados levaram o executivo a antecipar as metas no mercado brasileiro. A receita bruta de R$ 1 bilhão prevista para 2016 foi antecipada para 2015. Em 2014, o valor previsto é de R$ 700 milhões, com margem Ebitda de 16%, ante R$ 450 milhões no ano passado e margem de 11%. “Melhoramos a receita e a margem no Brasil. Aqui é muito competitivo e isso é ótimo para nós, porque nos leva a ser mais eficientes e buscar mais qualidade”, disse Tripi.
Criada a partir das iniciais dos nomes dos fundadores e de seus filhos — Alberto, Marco, Vittoria e Valeria —, a AlmavivA tem foco em tecnologia, na Itália, e em call center e inovação no Brasil.
“As ferramentas [tecnológicas] permitem contato completo em cada canal de atendimento e eficiência na gestão operacional”, diz Valeria Sandei, presidente da empresa de tecnologia Almawave e vice-presidente de marketing estratégico da AlmavivA. A Almawave tem laboratórios na Itália, nos EUA e no Brasil (em SP e BH, e vai abrir outro no Nordeste), com 220 funcionários de um total de 27 mil do Grupo AlmavivA no Brasil. A companhia Investiu 20 milhões de euros em cinco anos (R$ 70 milhões) e planeja investir mais R$ 10 milhões em 2015. “Nosso diferencial é unir a excelência operacional com a tecnológica”, diz Valeria. Com isso, ela espera criar uma nova fronteira de processos de CRM, cujo mercado mundial é de US$ 350 bilhões.
O grupo, que começou com dez funcionários e hoje tem 40 mil, lançou uma operação na Colômbia, controlada a partir do Brasil. Atua também na China e Tunísia, e analisa a Indonésia.
Segundo Tripi, por enquanto não há necessidade de fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês), como estava programado, porque a empresa está gerando caixa para seu crescimento.
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