Por: Ivone Santana e Tatiana Schnoor
Depois de passar por um processo turbulento que afetou sua gestão, desacelerou a expansão da rede de serviços móveis e diminuiu seus resultados financeiros, a Nextel começa a dar alguns passos na expectativa de recolocar os negócios em direção ao crescimento.
Entre as próximas ações estratégicas estão o lançamento do iPhone da Apple, hoje, pela primeira vez ativado na rede da operadora; a preparação para o apagão da atual tecnologia iDEN, que permite chamadas de voz por radiodespacho ao apertar um botão (Push To Talk – PTT); e a implantação de uma rede de quarta geração (4G) no Rio de Janeiro.
As iniciativas vêm na sequência do acordo que a americana NII Holdings firmou com a Telefónica recentemente em Madri para que sua controlada Nextel possa usar a rede 3G da Telefônica/Vivo no Brasil e da Movistar no México. No Brasil, por exemplo, a Nextel avança de 300 localidades onde implantou a rede para mais de 3,1 mil cidades onde a Vivo está presente. Além disso, foi viabilizado o “roaming” entre os dois países e com os Estados Unidos, por meio de acordo com a AT&T, para voz, dados e rádio. A NII negocia também acordo para “roaming” na Europa.
Abriu-se, assim, um novo universo para a Nextel, que vinha derrapando com a implantação de 3G, dando sinais para o mercado de que uma recuperação seria problemática. Com apenas 318 mil clientes na base 3G (entre smartphones comuns e com o botão PTT) e 0,12% de participação de mercado, está muito distante da parceira de rede e líder do ranking Telefônica/Vivo, que tem mais de 77 milhões de clientes de celular e fatia de 28,49%. Com iDEN, a Nextel tem cerca de 4 milhões de usuários
O serviço 3G não só multiplicou a área de cobertura e de serviços para os clientes da Nextel, como também criou condições para uso de internet e para oferecer a portabilidade numérica – agora, os clientes podem mudar de operadora e manter o número do celular. “O iDEN atingiu seu ponto de maturação. A possibilidade do cliente evoluir é por 3G. “Não consigo dar performance de internet no iDEN, que é equivalente a 2G”, disse o vice-presidente de marketing da Nextel, George Dolce.
O Rio de Janeiro foi escolhido para receber a nova rede 4G porque a Nextel já dispõe da faixa de frequência de 1,8 GHz no local para lançar o serviço. A rede poderá entrar em operação a tempo de receber os usuários que vão assistir à Copa do Mundo. O investimento não foi revelado. Na infraestrutura de 3G, a Nextel investiu US$ 900 milhões nos últimos dois anos e planeja continuar com a expansão, apesar do acordo com a Telefónica, disse Dolce.
Para o executivo, será possível fazer um aditamento no contrato com a Telefónica para usar também a rede 4G do grupo espanhol em toda a sua área de cobertura.
Com uma rede maior e um portfólio mais diversificado de produtos, a Nextel se mostra mais ousada. O acordo com a Apple, assinado inicialmente por três anos, requer preços competitivos. Para levar os aparelhos ao consumidor por R$ 999, a operadora precisou arcar com um subsídio, afirma o vice-presidente, embora não revele o percentual. O valor é atrelado a planos mensais de voz e dados. O modelo 4S, com 300 minutos para falar com qualquer operadora e 3 Gigabytes de capacidade de download, tem mensalidade de R$ 99; o 5C, com 500 minutos e 5 GB, R$ 199; e o 5S, com 2,5 mil minutos e 10 GB, R$ 299.
Um espaço oferecido no site para que os consumidores registrassem intenção de compra do iPhone recebeu 10 mil adesões em curto período, disse Dolce.
O lançamento do aplicativo para uso do serviço de rádio também promete ser um divisor de águas para a operadora. O Prip – onomatopeia para o som emitido ao pressionar o botão para falar nos aparelhos atuais – foi desenvolvido em parceria com a Motorola, que também é a fornecedora do iDEN para a Nextel. Será lançado no Brasil até o fim do primeiro trimestre para smartphones com o sistema operacional Android, do Google, e para o iPhone. Nos Estados Unidos, está disponível desde julho do ano passado na rede da Sprint, que comprou a Nextel naquele país e, em 2013, virou subsidiária da SoftBank. A Sprint desligou a rede iDEN em junho.
A expectativa do executivo é que os atuais usuários de iDEN no Brasil migrem para o aplicativo. Com isso, será possível desligar a rede iDEN no país em alguns anos. Em sua opinião, o mercado já percebeu que a empresa está diferente. Procurada, a Motorola não dispôs de porta-voz.
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Sou cliente há mais de 7 anos. Vou perder os meus números, aparelhos, e com certeza alguns clientes, Infelizmente Ficarei com os danos…
Como ficará à situação dos clientes que não quiserem migrar? Terá alguma indenização?