PagPop faturou R$ 1,5 milhão em 2012 e quer ver receita chegar a R$ 10 milhões em 2013
Por: Natália Flach
Para comprar produtos de consultoras de beleza ou pagar pelos serviços prestados por profissionais liberais, o cliente, em geral, precisa ter dinheiro ou talão de cheque a mão. Isso porque ainda são poucos os microempreendedores e trabalhadores informais que investem nas maquinetas. A questão é que os cartões de crédito e débito já representam 26,4% do consumo das famílias brasileiras.
Para equacionar esse descasamento, a PagPop desenvolveu uma solução que permite o pagamento via crédito por meio de multicanais — smartphone, celular pré-pago, telefone fixo e até tablet. Agora, a empresa aposta na modalidade de débito. Por isso, desenvolveu um sistema inédito no mundo —que está praticamente pronto— que vai permitir que vendedores porta a porta e manicures ofereçam essa comodidade aos seus clientes.
Hoje, a empresa tem 30 mil clientes e a meta é atingir, em 2016, 300 mil usuários — sendo que o mercado potencial é de 20 milhões. “Mas o principal é que as pessoas passem a confiar no sistema. É uma questão de credibilidade”, afirma Marcio Campos, presidente da companhia.
Outra consequência do rápido crescimento da empresa é o salto do faturamento. No ano passado, a PagPop faturou R$ 1,5 milhões e a expectativa é que a receita atinja R$ 10 milhões, neste ano.
Por trás desses números, estão o aporte dos fundos parceiros e os conhecimentos da aceleradora que deram uma repaginada na companhia. Desde que foi fundada como VitalCred, em 2006, na cidade de Ribeirão Preto (SP), a PagPop já recebeu aportes da Intel Capital, Cetus Investimentos, Grupo Maubisa e Grupo Cisneros e o pontapé inicial foi dado pela participação no programa de aceleração da 21212. Com isso, a equipe se profissionalizou e hoje conta com 40 funcionários, sendo que alguns deles vêm da Redecard e outros estudaram em Harvard.
Não é à toa que a companhia se tornou uma jabuticaba bem docinha aos olhos de grandes empresas do mercado. Segundo Campos, uma grande credenciadora e um fundo já tentaram adquirir a PagPop. “Mas achamos que não era o momento de vender”, acrescenta. Sobre a saída dos fundos — conhecida como desinvestimento —, Campos diz que não existe um prazo pré-determinado. No entanto, a intenção é que, em 2016, a companhia tome um novo direcionamento: seja pela abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) ou pela compra por uma bandeira de cartão.
Segundo Campos, ele sempre é perguntado sobre a origem da empresa. O motivo é que a PagPop exerce as mesmas funções da gigante americana Square, que foi criada por um dos fundadores do Twitter e, hoje, vale algo em torno de US$ 3 bilhões. “Sempre nos perguntam se somos uma cópia e a resposta é não. Já existimos há seis anos e somos uma versão bem tropicalizada da companhia — afinal, aqui existe parcelamento, coisa rara nos Estados Unidos.”
O executivo conta ainda que a Square ensaiou a vinda para o Brasil, mas acabou desistindo. “Queremos estar bem preparados para quando vierem de fato.” Hoje, portanto, o maior concorrente da PagPop é a PagSeguros, empresa do UOL, que há três semanas entrou nessa seara.
Fraude
As tentativas de fraude chegam a 4% dos cadastros, segundo Carlos Rollo, diretor comercial da PagPop. No entanto, devido ao sistema de filtros que a empresa instalou, a perda efetiva é de apenas 0,5%. “Nossa equipe checa qualquer movimentação estranha como uma venda de R$ 500 numa banca, por exemplo. Também pedimos notas e alvarás, quando é pessoa jurídica”, afirma.
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