O professor de Língua Portuguesa e colunista da EXAME Diogo Arrais explica a maneira correta de usar o verbo “ter”
Começa o orador: “Inclusive, bom dia a todos! Quero, inclusive, também agradecer ao corpo docente que…”
É fato: há muitos usuários da nossa Língua Portuguesa que se apoiam abusivamente em alguns termos. O “inclusive” é um deles.
Não há motivo algum para uso do termo “inclusive”, no início de um discurso, quando não existe ideia alguma de “inclusão”.
Expõem os dicionários sobre o uso adequado da palavra inclusive:
1. Com inclusão de, de forma inclusiva: Preencha os seus dados, inclusive telefone.
2. Também: A revista tem inclusive artigos sobre saúde.
3. Até; até mesmo: Ele pode inclusive se desculpar, mas não muda nada.
Dica: em qualquer planejamento textual, evite uso exagerado (repetitivo) de expressões.
SOBRE O VERBO TER
Outra dúvida frequente é sobre o uso correto do verbo ter e suas variações.
Os verbos derivados de TER (como conter, reter, deter) são merecedores da nossa atenção. Na 3ª pessoa do singular, essas formas verbais derivadas devem ser acentuadas graficamente:
contém, retém, detém
Na 3ª pessoa do plural, o acento gráfico deve ser o circunflexo:
contêm, retêm, detêm
Onde moram os deslizes aos usuários da Língua Portuguesa? Principalmente nas inversões, uma vez que falta atenção ao detalhe gráfico do acento.
“Contêm todas as normas estes documentos.”
Na ordem direta, encontra-se a sentença:
“Estes documentos contêm todas as normas.”
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