Por: Letícia Arcoverde
Há quem veja o estresse como parte obrigatória do dia a dia profissional do mundo hoje. Mais do que isso, na percepção de muitos, agendas lotadas e expedientes prolongados são sinal de produtividade e mais resultados. Um amplo levantamento global, no entanto, mostra que essa relação nem sempre está correta.
Uma pesquisa da empresa especializada em programas corporativos de bem-estar e saúde Global Corporate Challenge (GCC), com informações de mais de 160 mil funcionários de empresas em 185 países, comparou o nível de estresse de funcionários com o de produtividade que eles reportavam em seu dia a dia. Entre os que apresentavam níveis extremos de estresse, 63% também se disseram produtivos. Já entre os que não se sentiam estressados, esse número subiu para 87%.
A maior parte dos funcionários que participaram do levantamento (39%) admitiram sentir níveis moderados de estresse relacionado ao trabalho. Outros 36%, contudo, sinalizaram que sentiam estresse em níveis acima da média. Apenas 18% disseram sentir níveis baixos, e 7% se dividiram entre níveis muito baixos ou nenhum estresse. Fatores não-relacionados ao trabalho também foram citados como fonte de estresse acima da média, mas em menor quantidade (21%).
Para o diretor de medicina da GCC, David Batman, ainda há muita desinformação nas empresas quando o assunto são problemas psicológicos decorrentes do emprego. “Em um ambiente de trabalho cada vez mais complexo e exigente, o estresse se tornou muito presente, pouco entendido e, na maioria das vezes, não-reconhecido pelas empresas”, diz.
No geral, profissionais com idade entre 31 e 50 anos são os que mais reportam estresse decorrente do trabalho. Mulheres também sentem mais estresse do que homens em quase todas as faixas etárias – e também apresentam mais estresse causado por fatores na vida pessoal do que os colegas do sexo masculino. A pesquisa também identificou relação entre altos níveis de estresse e falta de sono e fatiga. Apenas 23% dos altamente estressados dizem ter boas noites de sono, enquanto mais de 50% dos que apresentam níveis baixos ou nulos de estresse reportam dormir bem. O cansaço extremo é uma reclamação de mais de 60% dos estressados, e de menos de 15% dos mais calmos.
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