Consultora dá dicas para candidatos que querem chamar a atenção quando se apresentam na entrevista com o headhunter ou na dinâmica de grupo

Por: Rachel Sciré

Você já ouviu falar que a maneira como se conta uma história muitas vezes vale mais do que a história em si? Pois bem, no processo seletivo também acontece assim. Quem sabe valorizar as experiências pessoais e profissionais consegue atrair a atenção do recrutador. “Muito mais do que falar sobre você e o que você já passou, o entrevistador está interessado em saber o que todas as vivências acrescentaram como pessoa e profissional”, diz Mônica Mayol, consultora da Cia de Talentos.

Quer seja no momento da entrevista com o headhunter ou na dinâmica de grupo, vale a pena investir em uma boa apresentação. No primeiro caso, você terá mais tempo para falar, portanto, deve preparar melhor o discurso que usará para contar sobre sua trajetória, inclusive porque o recrutador vai querer saber detalhes sobre o que consta no seu currículo.

Mas atenção, isso não significa que você está autorizado a inventar qualquer coisa. A recomendação é valorizar as experiências que estão listadas no currículo, como graduação, domínio de idiomas, experiências internacionais ou em outras empresas.

Mesmo quem ainda não tem muita coisa para contar no âmbito profissional pode aproveitar outras experiências para mostrar para o entrevistador qual é seu perfil.  “O candidato que souber valorizar o que vivenciou vai estar no mesmo nível de outro que tenha tido experiências mais diferentes”, afirma a consultora.

Veja a seguir dois exemplos de histórias que se tornaram mais atraentes com as dicas da consultora!

Situação 1: Candidato que está cursando graduação em Engenharia e tem  inglês intermediário

Antes – “Eu sou do interior e agora moro em BH porque curso Engenharia na UFMG. Também faço inglês e estou no nível intermediário.

Depois – “Eu morava em uma cidadezinha no interior de Minas, sempre quis ser Engenheiro, então estudei sozinho para o vestibular. Consegui passar em uma das melhores faculdades públicas do Estado e hoje sou o terceiro melhor aluno da minha sala. Estou estudando inglês online, porque não tenho recursos para pagar um curso, e meu nível já é intermediário.”

Situação 2: Candidato que fez intercâmbio para diversos países durante a graduação e aprendeu vários idiomas

Antes – “Eu fiz intercâmbio para os Estados Unidos e para a Espanha e sou fluente nos dois idiomas.”

Depois – “Eu já viajei para vários países e o aprendizado que tive com as diferentes culturas ajudou a enriquecer muito a minha percepção sobre as coisas, em qualquer meio que eu esteja inserido, seja pessoal ou profissional. Além do inglês e do espanhol, que aprendi nos intercâmbios, tive que descobrir como me virar sozinho pelo mundo e descobrir como me planejar para conseguir pagar as contas e juntar dinheiro para passear durante as viagens.”

Não se intimide! – Como na dinâmica de grupo o candidato tem pouco tempo para se apresentar (entre dois e três minutos), é preciso escolher o que vale a pena dizer. “É importante lembrar que essa apresentação da dinâmica é apenas uma primeira impressão e todo mundo vai querer mostrar o que tiver de melhor”, diz Mônica.

Além de não ficar intimidado pelas histórias dos outros participantes do processo seletivo, a dica da consultora para se preparar para esta etapa é pensar naquilo que o diferencia das outras pessoas.

“As experiências e competências que serão apresentadas precisam ser importantes para o candidato, independentemente de se tratar de um carimbo positivo no currículo. Você pode não ter intercâmbio, mas ter realizado um trabalho em sua comunidade que mudou a vida de seis pessoas, e isso é muito mais significativo”, exemplifica.

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