Por: Emma Jacobs

Manj Weerasekera teve uma ideia que ficou martelando em sua cabeça. O coach de executivos costumava ter reuniões com empresários experientes que, ao longo de suas reuniões focadas no trabalho, revelavam estar tendo problemas de relacionamento em casa. Somente depois de confiar a ele as questões relacionadas às suas carreiras que esses profissionais se sentiam confortáveis para discutir suas vidas privadas.

Weerasekera, de 50 anos, descreve-se como um “divorciado feliz” – o que significa que teve uma separação amigável. Ele começou a achar que esses homens precisavam de ajuda não de um terapeuta, e sim de um coach. Hoje, após oferecer tais serviços por três anos, diz que 40% de seu trabalho é dedicado a conduzir homens divorciados para suas parceiras ideais.

Mas esse aconselhamento não é barato. Weerasekera cobra até 2.500 libras por mês por seus serviços. Isso compra 90 minutos de orientações pessoais cara a cara, em seu escritório no centro de Londres, além de ligações telefônicas e e-mails ilimitados. “Quanto mais eu conversava com esses executivos, mais constatava um padrão. Há uma grande porcentagem de homens que acabam se casando com a mesma mulher em um corpo diferente”, diz.

Originalmente, Weerasekera é engenheiro e trabalhou para a NCR e suas posteriores cisões, até ela ser comprada pela AT&T. Ele tem seis irmãs e pais que vieram do Sri Lanka. Além de ser treinado como coach, ele sempre teve “um interesse saudável e amadorístico” por psicologia. Finalmente, decidiu trabalhar por conta própria, orientando executivos do setor financeiro, de telecomunicações e de petróleo sobre como mudar suas mentalidades. Após ajudar por vários anos profissionais a incrementar suas carreiras, começou a oferecer ajuda aos divorciados.

Ele percebeu que havia pouca concorrência na área. “Encontrei um que fazia algo semelhante nos Estados Unidos e outro que ensinava homens a ocultar seus patrimônios.” Já os livros são antiquados e oferecem dicas a homens divorciados sobre como proceder em encontros românticos – além dos escritos por “artistas da sedução”, que ensinam truques para que os homens consigam levar mulheres para a cama.

Ele tem um grupo demográfico preciso: executivos do sexo masculino – de gerentes aos ocupantes da cúpula das organizações -, com mais de 40 anos. O mais importante é que “eles estão interessados em atrair a pessoa certa para um relacionamento de longo prazo e dispostos a aprender com seus erros”. Isso diz respeito a mudanças de mentalidade e, desse modo, é possível traçar paralelos nos negócios. Weerasekera afirma, por exemplo, que alguns clientes acreditam que trocar de companhia vai resolver os problemas de suas carreiras. “As pessoas sempre fogem de si mesmas, mas não percebem que estão se levando consigo. O que elas precisam mudar é a mentalidade.”

Segundo ele, muitos acham mais assustador fazer mudanças em na vida pessoal do que na profissional. Conforme as pessoas enxergam progressos, contudo, ganham mais confiança. Weerasekera conta que já foi convidado para algumas cerimônias de casamento e apresentado como “coach do noivo”, e até como “guru do namoro”.

O coach tem uma lista de profissionais para ajudar, como personal trainers e shoppers, além de especialistas em cuidados pessoais. “Um dos erros que os homens cometem é achar que podem fazer isso por conta própria.” Ele também conselha sobre perfis para encontros na internet. Os erros mais comuns são tirar “selfies” ruins ou pegar fotografias tiradas há 20 anos, além de escrever declarações pessoais sem graça falando da paixão por caminhar e assistir DVDs no sofá. Uma referência jovial sobre a condição de divorciado também é importante.

Em sua opinião, muitos homens “mergulham” nos encontros cedo demais depois de uma separação, enquanto as mulheres esperam demais. Um executivo com quem trabalhou, por exemplo, postou na internet seu perfil para encontros apenas 48 horas depois de decidir se divorciar. Para Weerasekera, as pessoas deveriam parar de ver o divórcio como um fracasso. Ele reflete sobre sua própria experiência. “Quando estávamos juntos, éramos maravilhosos.”

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