Professor Diogo Arrais explica em sua coluna semanal por que é tão importante conhecer as regras gramaticais no dia a dia de trabalho
Por: Diogo Arrais
Dedicar-se à compreensão das regras gramaticais está muito além de ser aprovado em processos seletivos ou comunicar-se na formalidade. Envolve a devida compreensão (entendendo o renascente saber) de uma obra literária, sociológica, histórica, jurídica, filosófica; habilita o sujeito na transposição de um pensamento para o papel; garante ao orador muito mais poder na arte do convencimento. Em outras palavras, o conhecimento gramatical é o grande aliado de um comunicador produtivo no dia a profissional.
Não precisamos pensar distante: é mirabolante um texto sem sinais de pontuação – BOM DIA AMIGOS ENVIEI NÃO PRECISO DA CÓPIA; é lamentável uma manchete ambígua – VALE COMPRA PETROBRAS, QUE LUCRA EM 2018; é sofrimento sem-fim um texto inconsciente no uso de conectivos, como o famoso POSTO QUE.
É por meio do estudo prosódico, em frente às oxítonas e suas sílabas tônicas, que o falante entende o maravilhoso da entonação. Grandes líderes – admirados por seus discursos – emocionam pela clareza vocálica. Artistas (quantos deles!) criaram versos históricos sambando com os homônimos “colher” (verbal) e “colher”(substantivo).
É no dedicar-se à Sintaxe (quem não se lembra das aulas sobre sujeito e predicado?) que se lapida o olhar à Pontuação, à noção organizada de um parágrafo. Noção afiada de Sintaxe cria um jornalista atento; nasce um médico escritor; dá esperteza contratual a um advogado; preenche de lógica o discurso de um vendedor.
No Verbo, reside uma noção temporal importante, uma vez que a certeza do futuro do presente (financiarei), do modo indicativo, é muito distinta do futuro do pretérito (financiaria). Sem o pensamento temporal lógico, como fica a plateia perante nossas narrativas?
Há mais: em dias tão tecnológicos, é preciso “baixar” o aplicativo irônico para o aumento da noção vocabular. “Sem palavra nova, sem resultado novo!” – diria o guru da autoestima, em palestra TED.
Querer fazer história é fazer livro: sem a “pequenez” de artigo e adjetivo expertos (aqui mesmo com x), fica ainda mais difícil, porque mora no aparente simples o revolucionário de um ideológico.
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