Por: Claudia Gasparini
Emprego é uma fonte de renda, carreira é uma fonte de realização.
É com essa distinção simples que a coach norte-americana Laura Berman Fortgang chama a atenção para o alto risco de se acomodar atrás de um crachá.
A maioria das pessoas tem apenas um emprego, diz ela. “Elas enxergam o trabalho como forma de subsistência, sem a expectativa de acumular sucessos por meio dele ao longo do tempo”.
Autora de livros como “Living your best life” (“Vivendo a sua melhor vida”), da editora Putnam, Laura acredita que poucos de fato perseguem uma carreira – isto é, uma série lógica e harmônica de empregos que culmina num objetivo ou realização maior.
Pacote de tarefas
Não que haja um caminho “certo” ou “errado”, observa a coach. Mas a atitude mais imediatista cobra seu preço no futuro.
“Se você não traça estratégia alguma para a sua vida profissional, dificilmente trará algum impacto para sua empresa, indústria ou setor de atuação”, diz Laura. “Isso pode ser um motivo de grande frustração para os mais ambiciosos”.
Mas como perceber a tempo que você não está pavimentando uma carreira? O sinal é simples e claro: o trabalho se define como um pacote de tarefas.
“Você sabe que só tem um emprego quando, depois de um certo tempo, começa a se sentir pouco desafiado e é recompensado apenas por cumprir o que é esperado”, diz a especialista.
A saída para o marasmo
É claro que nem sempre a questão se resume a uma escolha, diz Fortgang. Certas circunstâncias da vida – de crises econômicas a problemas pessoais – podem ameaçar estratégias de carreira meticulosamente planejadas.
Mas há um antídoto simples para tempos difíceis: agarrar-se à sua vocação profissional.
“Cada pessoa nasceu para fazer algo, isto é, ostenta uma competência única, que a diferencia das demais”, afirma a especialista. O segredo está em aplicá-la no trabalho.
Se você é, por natureza, um mediador de conflitos, um planejador talentoso ou um gênio com números, por exemplo, é preciso exercitar essa habilidade de alguma forma – mesmo que isso não seja exigido pela sua função.
Além de trazer satisfação e motivação, aplicar os seus dons no cotidiano é uma forma de subverter a pobreza do tal “pacote de tarefas” e, assim, fazer um investimento a longo prazo na sua carreira.
Segundo Laura, é preciso “manter o olho no prêmio”, isto é, lembrar que você está trabalhando para investir em si mesmo, ganhar experiência, fazer contatos e desenvolver competências.
“É claro que você precisa se doar ao seu emprego, mas também tirar dele os recursos necessários para chegar aonde quer”, resume a especialista.
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