Por: Sofia Esteves
Tenho 26 anos, sou formado em administração e trabalho em uma empresa familiar. Fui contratado há dois anos como analista e, cerca de um mês atrás, meu chefe me chamou para uma reunião e disse que eu seria promovido para o cargo de gerente. No início, fiquei muito feliz por subir na hierarquia e por receber um aumento salarial correspondente. No entanto, logo em seguida fui tomado por um sentimento de ansiedade e insegurança. Não me sinto preparado para assumir as responsabilidades da nova função, que incluem desenvolver estratégias, apresentar resultados para a diretoria e gerenciar pessoas. A empresa tem um programa de preparação de líderes, mas soube por colegas que se trata de algo apenas “protocolar” sobre ética e cultura organizacional, sem conteúdo aprofundado em relação à gestão. O que devo fazer?
Analista, 26 anos
Resposta:
Um dos maiores desafios de carreira de qualquer profissional são as promoções ou mudanças de cargo. Conheço poucos que afirmam, sem qualquer sinal de dúvida, que estão satisfeitos com seu atual cargo e não estão mirando uma promoção no curto ou médio prazo.
A maioria busca e espera ser promovida por inúmeros motivos: reconhecimento, mudança de rotina, salário, desafios diferentes, status, entre outros. O incomum é a clareza do impacto que essa mudança traz. Ser promovido é muito bom, mas dá trabalho. Normalmente, você é promovido por aquilo que fazia bem no cargo anterior, mas o que será exigido no próximo cargo é diferente e você terá que assumir uma postura de aprendiz e ter resiliência para entender que nem todas as tarefas dominará como antes.
As promoções de cargos especialistas para funções de gestão são as mais desafiadoras, pois muitas vezes as mudanças são de grande impacto – como você assumir a gestão de pessoas e ser responsável pelas decisões estratégicas da área. Por isso, você deve priorizar o desenvolvimento de pessoas e estratégia. A entrega de resultado virá como consequência do seu desempenho nesses dois itens.
Para o seu desenvolvimento em gestão de pessoas, recomendo iniciar por ferramentas e cursos (presenciais ou virtuais) com foco no autoconhecimento. Existem algumas ferramentas de assessment disponíveis gratuitamente na internet e que podem ser um bom começo para o exercício de reconhecer habilidades ou dificuldades no gerenciamento de uma equipe.
Não existe um bom gestor que não se conheça muito bem. Costumo dizer que você não levará alguém do seu time para um lugar ao qual nunca foi: tenha clareza de quais são seus pontos fortes e suas fraquezas. O artigo “Por que alguém deveria ser liderado por você?”, publicado na “Harvard Business Review” por Robert Goffee e Gareth Jones e que depois se transformou em um livro, enumera algumas características mais comuns dos líderes de sucesso. Entre elas estão expor suas fraquezas, conhecer e demonstrar seu diferencial, saber ser empático (o que é bem diferente de ser simpático) com seu time e clientes e ser muito observador – ou seja, coletar as informações ao seu redor facilitando a decisão de quando e como agir.
Atualmente, uma estratégia muito usada no desenvolvimento de líderes é o coaching, que, por ter uma abordagem centrada nas suas próprias necessidades e inseguranças, pode ser muito positivo e acompanhá-lo até você caminhar sozinho na gestão de pessoas.
No que se refere ao desenvolvimento da sua visão estratégica, recomendo ações similares: buscar cursos rápidos, ferramentas ou metodologias práticas e de fácil aplicação. Estou citando estratégias mais ágeis e pontuais para que você possa ganhar uma segurança inicial até realmente diagnosticar o que é prioridade para o cargo e investir, por exemplo, em uma pós-graduação.
A sua ansiedade e a sua insegurança certamente são consequências desse choque de realidade que acontece após a celebração da promoção, que não deixa de ser um ritual de passagem. Lembra quando você foi aprovado no vestibular, sentiu um alívio enorme pensando que o “pior” já havia passado e quando as aulas se iniciaram percebeu que teria muito trabalho pela frente? Pois é! O ritual de passagem agora se tornou mais complexo, mas continua exigindo de você adaptação e muito aprendizado.
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Só dando um toque a mais na resposta.
Seja lider e não chefe.
Chefe, é aquele que manda e ponto
Lider, é aquele que, sem esforço faz seus subordinados seguirem ou seja, Lider, é o exemplo de seus subordinados.
Entoa, como você agiria para que seus subordinados considerassem um exemplo?