Por: Rhymer Rigby
A origem da planta do escritório como o conhecemos hoje é amplamente difundida como sendo a Alemanha dos anos 50. O conceito de “Bürolandschaft” (paisagem do escritório) acabou com as sequências de mesas enfileiradas, populares até então, substituindo-as por desenhos mais orgânicos e com divisões em grupos. A mudança também ajudou a criar um problema enfrentado por profissionais até hoje: a ansiedade causada pelo seu “status” no trabalho, refletida na sua posição na organização física do escritório.
Um dos fatores que mais influenciam a qualidade da posição de uma mesa em relação às outras é a luz natural, diz a antropóloga cultural Elizabeth Briody. “Você vê muitos escritórios onde as pessoas começam nas áreas internas, onde há menos luz, e se mudam até as áreas mais iluminadas na medida em que sobem na hierarquia”, diz.
Uma boa mesa, adiciona Elizabeth, deve ser silenciosa o suficiente para que a pessoa trabalhe sem ser perturbada. Por essa razão os lugares próximos a passagens ou pontos de encontro como o bebedouro são geralmente considerados indesejados. Mesas perto de impressoras (que atraem movimento e fazem barulho) e mesas próximas aos banheiros são particularmente ruins.
Mike Phipps, da consultoria Politics at Work, diz que a organização física dos funcionários nos escritórios é quase sempre hierárquica, mesmo que isso esteja relacionado a uma hierarquia mais informal. “A posição diferencia quem está no círculo mais próximo dos superiores daqueles que não estão”, diz ele.
No entanto, sentar ao lado do chefe não significa necessariamente estar bem-localizado. Apesar de isso representar uma chance de desenvolver uma relação mais próxima com o superior, também pode significar mais trabalho e pressão, mesmo durante períodos de menos demanda. Você provavelmente se sairá melhor se estiver sentado a algumas mesas de distância, onde é possível fazer contato visual com o chefe apenas quando necessário, do que se estiver localizado bem embaixo do nariz dele.
Aqueles com mesas em locais ruins podem conseguir melhorar alguns dos problemas físicos. O uso de headphones e máquinas de ruído branco pode remediar intrusões auditivas, enquanto a blindagem com telas e plantas pode atenuar distrações visuais. Se você foi recolocado em uma mesa “normal”, sem grandes problemas ou benefícios, Elizabeth aconselha que a familiaridade com o ambiente é a melhor forma de gerar contentamento: “Uma vez que a mesa se torna sua, você começa a gostar dela e a ficar confortável nela. Depois de seis meses, a possibilidade de mudar de lugar pode te encher de pavor”, diz.
Se você está desesperado para se mudar, a melhor chance costuma ser a saída de um colega bem localizado. Nesse caso, a não ser que haja um protocolo estrito, o conselho é fazer o seu pedido de mudança com rapidez, de preferência notificando seu gestor ao mesmo tempo em que você se muda fisicamente para a mesa nova. É muito mais fácil se apossar de um lugar quando você já está sentado nele.
Hoje, as hierarquias de escritório mais fluidas e interessantes podem ser encontradas em layouts de “hot-desking”, onde não há lugar marcado. Apesar de serem tecnicamente livres para sentar onde quiserem, é comum que algumas pessoas “adotem” mesas pelo hábito, e estas acabam sendo deixadas desocupadas pelos outros por consideração. No entanto, Phipps diz que você pode se beneficiar ao desafiar essas pessoas: “Se você for confiante e assertivo, pode decidir comprar essa briga”. Essa, ele explica, é uma forma primitiva de psicologia – e na frente dos outros, pode ser um atalho para melhorar seu status no escritório.
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