Com o avanço cada vez mais rápido de compartilhamento de conteúdo nas mídias sociais, nunca houve uma oferta tão abundante de influenciadores e celebridades que expõem o seu estilo de vida ou a própria forma que conduzem cada passo do seu dia.

Este novo nicho de mercado, além de dar uma nova roupagem para os modelos tradicionais antes limitado pelos livros, rádio e TV, diversificou o negócio a tal ponto que hoje é possível você seguir milhares de influenciadores ao mesmo tempo, acompanhando cada detalhe de exposição.

Tal prática, entretanto, resultou numa multidão ávida por ouvir conselhos, ideias, dicas que acabam sendo “copiadas” mecanicamente, sem uma análise mais profunda sobre se determinado conteúdo condiz ou não com sua personalidade, o quê, na minha visão, faz com que percam o foco de quem elas são e o que aspiram de verdade em suas vidas.

Explico melhor: minha geração, cuja adolescência foi vivida na transição dos anos 1980 para 1990, além de ter como referência o modelo tradicional de família e educação com muita rigidez, tinha que obrigatoriamente conviver com insultos diários da escola, hoje conhecido mundialmente com a terminologia bullyng, e a única forma de “driblar” os incômodos constantes era se permitir em levar tudo na brincadeira. As pessoas que optavam em não passar por isto, evitando constrangimento, nitidamente tinham problemas em desenvolver a sua própria personalidade.

Aonde eu quero chegar com este raciocínio? Naturalmente que o bullyng é abominável e pode criar traumas profundos para algumas pessoas, porém, a superproteção da família moderna e a diversidade de influenciadores estão fazendo muitos jovens chegarem ao mercado de trabalho sem uma personalidade própria desenvolvida, lidando com muita insegurança, sem saber como ultrapassar os desafios que surgirão ao adentrar nas empresas.

Sendo assim, se antes tínhamos a rigidez que não é saudável, hoje temos a superproteção que também não é. É possível chegar ao equilíbrio na educação?

Talvez um caminho seja fortalecer, desde a primeira infância, a noção de tolerância, aceitação das diferenças e das limitações que todos temos. Desta forma, a formação da personalidade vai se moldando de modo que a criança se torna um jovem com mais conhecimento de si mesmo, assumindo suas fraquezas e fazendo transparecer aquilo que tem de positivo.

Quanto mais alguém se conhece, menos importantes vão ficando as ofensas e agressões que os outros lhe impõem. Mais evidente se torna a própria personalidade e, consequentemente, mais leve fica o trato com os semelhantes, pois a transparência e lucidez são facilitadoras do convívio em sociedade.

Caso, você leitor, seja o jovem chegando ao mercado de trabalho ou está no início de jornada profissional, lembre-se que você é um ser único e tudo aquilo que conseguir absorver de aprendizado positivo das lições cotidianas, inclusive de influenciadores que agregam cultura, fará você amadurecer e desenvolver a sua própria personalidade naturalmente, sendo certo temos que saber lidar sempre com as críticas as quais todos nós estamos sujeitos em nossa caminhada.

No caso de o leitor ser um tutor de uma criança ou de um jovem em desenvolvimento, não há nada melhor que encorajá-los para a realidade da vida com os melhores exemplos que podemos oferecer, afinal de contas, é nesta fase que podemos inspirá-los a serem cidadãos de bem ou afastá-los das práticas dignificantes de acordo com as nossas atitudes.

Abraços e até a próxima!

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