Por: Arthur Barbosa
“A escrita talentosa faz as coisas acontecerem na mente do leitor – vividamente, com força.”
Você está sentado, olhando para tela do computador. Uma folha em branco. Sua mente vagando entre sua lista de tarefas e a música que colocou ao fundo – na tentativa de ajudar a sua inspiração preguiçosa. Sente fome, vai até cozinha. Volta com o celular na mão visualizando as atualizações no feed do Instagram. Enquanto abre novamente o “documento1”, pesquisa no Google sobre a temática que talvez você possa desenvolver.
Existem dias que a criatividade foge aos nossos olhos e se perde em nossas palavras. E têm outros que nós não conseguimos nos organizar. Não existe foco por não sabemos responder uma pergunta: “qual o tipo de redação que eu acredito saber desenvolver? ”. Os segredos da boa escrita tem gerado bons (e muito ruins) debates ao longo da carreira escolhida – já que muitas compreendem essencialmente o uso correto de publicações. Mas a boa escrita pode acabar apontando para o ideal errado.
Os reflexos do primeiro parágrafo deste artigo são indicativos de que seus argumentos não têm sido firmes. Suas palavras, sem potência, e talvez, você precise revisar o seu talento.
Se você tem tido dificuldade para usar as palavras, ou entender qual escrita adquirir, existem alguns tópicos, de vários, que valem o seu cuidado.
Li um texto ótimo esta semana no blog “Entenda os Homens”, chamado “Namore um cara que escreve”. (Não é a nossa temática, mas vale como inspiração, se achar pertinente). A linguagem é simples, direta, criativa e atual.
A escrita é uma arte, e como todas as artes, precisa de atenção, aperfeiçoamento e disciplina. Palavras são delicadas e tão precisas tanto quanto um pincel, um acorde ou um grand plié.
Não existe fórmula mágica, mas intenções. Qual a história você quer contar?
10 princípios básicos:
1º Adquira o hábito de leitura. Ler é crescer. Ler te educa. Ler te aprimora. Ler te inspira. Ler é base. Ler é origem. E com tantas mídias hoje disponíveis, não há desculpas. (E se você não gosta de ler, certamente este artigo não é para você)
2º Você precisa de um objetivo. Pode não estar claro hoje, mas já elabore como será o ponto final. Pode até ser pequeno, mas fora da caixinha – pelo menos, gosto de pensar assim.
3º Qual é o seu público-alvo? E a partir daí, escolher e entender a linguagem que irá usar (informal, clássica, criativa, técnica, acadêmica…)
4º Crie uma conexão emocional. Uma das principais falhas textuais é que elas são banais; não há contato, ou vínculo. Escrever não se trata somente de palavras, e sim, de aproximação.
5º Desperte o interesse pela leitura, e então, envolva o público, para que no final, ele possa agir. “Escreva sobre a solução dos problemas que você apresentou”. (Laura Fitton)
6º Use metáforas, comparações, analogias e não exagere em enfatizar determinados trechos. É possível ser educado e elegante e, ao mesmo tempo, direto a fim de ser melhor compreendido. Algumas palavras ou expressões servem como “armadilhas”, deixando o texto cansativo e prolixo.
7º Não tenha medo de ousar! Lembre-se: não existe textos longos, só aqueles chatos de ler, ou seja, quando você escreve sentenças longas, sem quebrar muito o texto em vários parágrafos, ele se torna pesado e a leitura cansativa. Use mais separações com as virgulas, pontos e palavras de transição.
8º Você tem talento ou é somente bom? Samuel Delany, aclamado autor de “About Writing: Seven Essays, Four Letters, and Five Interviwes”, sintetiza seu mais valioso insight em 35 anos de ensino da escrita criativa, uma grande lição para os escritores amantes da escrita. Uma de suas principais observações é a diferença crucial entre a boa escrita e a escrita talentosa, sendo a primeira, em grande parte, é um produto técnico, e a outra, uma questão de sensibilidade linguística e estética. Embora elas tenham coisas em comum, a boa escrita e a escrita talentosa não são a mesma coisa.
Se você começar com uma história confusa, obscura e mal escrita, e aplicar as regras da boa escrita a ela, provavelmente pode transformá-la em uma história simples, lógica e claramente redigida.
A boa escrita é clara e evita erros, enquanto a escrita talentosa é energética; faz as coisas acontecerem na mente do leitor vividamente. Por mais paradoxal que pareça, a boa redação como um conjunto de restrições (ou seja, quando a escrita é apenas boa), produz a maior má ficção. Por isso, muitos escritores são apenas bons escritores, e não realmente talentosos.
O escritor talentoso usa frases retoricamente interessantes, musicais ou líricas, e que são mais breves do que o caminho de dizer a mesma coisa; destrinchar insights e descrever sub sensações que todos reconhecemos, mesmo que raramente tenhamos considerado isso antes.
9º Use o dicionário! O bom e velho Aurélio não pode ser dispensado – pelo menos ainda sou desta turma. Agregue com os sinônimos e significados de cada palavra. Não é “encher linguiça”, mas, valorizar e enriquecer sua performance.
10º Por último, e talvez o mais importante: revise. “Escrever é a arte de cortar palavras.”
Essas dicas são sínteses, sustentáveis e primordiais, ou seja, são objetivas e relevantes. Todavia, não se prenda apenas a isto. Não se aprisione nas técnicas e nos “10 passos para o sucesso”. Se o seu conteúdo estiver alinhado e intrinsecamente ligado às suas emoções, tudo pode fluir. Escrita trata-se de expressão, e você pode e deve se expressar, mesmo com ponderação e prudência. Explore sua autenticidade. Eu acredito na liberdade do sorriso, acredito que ser forte é ser livre para sorrir, e estou levantando esta bandeira através das minhas palavras. E você, qual bandeira tem levantado?
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