Aos 16 anos, ele empreendeu para ter o seu próprio dinheiro e ser independente. Hoje, ele empreende para revolucionar o setor financeiro. Conheça a história de Henrique Dubugras e a forma como o growthmindset moldou sua jornada empreendedora e o crescimento meteórico da Brex.
Três pilares moldam a forma de pensar de Henrique e seu time na Brex hoje:
Curiosidade para aprender tudo que puder sobre o segmento e tema em exploração
Não presumir que o potencial é limitado pelas qualidades que se tem hoje.
Cercar-se de pessoas brilhantes que te ajudam a crescer.
E essa mentalidade – que chamamos de growthmindset – é a que moldou a jornada de crescimento acelerado desse jovem empreendedor. Do portal Estudar nos EUA, passando pelo sucesso do Pagar.me até ao crescimento meteórico da Brex – de beta a unicórnio em apenas seis meses -, a empresa conquistou um dos crescimentos mais rápidos da história do Vale do Silício.
Essa jornada começa lá em 2007, quando Henrique tinha apenas 12 anos e só queria jogar online.
Curiosidade
Aos 12 anos, Henrique queria jogar um jogo que custava R$15 por mês e seus pais não concordavam em pagar. A saída foi aprender a programar para desenvolver um servidor alternativo e jogar de graça.
Seis meses depois, ele recebeu uma mensagem tão complexa quanto seus códigos: ele havia quebrado as patentes do jogo e precisaria desligar o seu sistema.
“Eu nem sabia o que era patente. Mas, minha mãe pediu para eu desligar e eu acabei fazendo isso. Esse foi meu primeiro contato com programação e mudou a minha vida.” — Henrique Dubugras
Depois dessa experiência, resolveu fazer “coisas de adolescente”. Nessa época, ele começou a ver um seriado americano, Chuck, que ditou o que faria no futuro.
“Quando eu assisti Chuck, eu decidi que queria ser igual a ele: era um programador jovem, hacker e estudava em Stanford. Ele tinha uma vida muito legal. Esse foi um estalo grande para a programação e fez Stanford entrar nos meus planos de vida.”
Então, começou a pesquisar como poderia entrar em Stanford e achou tudo muito complicado. Nessas buscas, conheceu um brasileiro que estudava em Stanford: Gabriel Benarrós, hoje também Empreendedor Endeavor.
Nessa época, o brasileiro estava começando uma startup, a Ingresse. Fizeram um pacto: o Gabriel iria ensiná-lo como entrar na faculdade dos sonhos e Henrique iria programar de graça para o negócio recém começado.
“Fui um dos primeiros engenheiros da Ingresse e aprendi muito nessa experiência. Acompanhei o Gabriel e vi que ele tinha uma vida muito legal: estudava em Stanford, desenvolvia um produto, falava com investidores.”
Influenciado pelo exemplo de Gabriel, Henrique saiu da Ingresse um ano depois para criar o seu próprio negócio aos 15 anos. Junto com dois amigos que conheceu pela internet, lançou uma empresa de educação, Estudar nos EUA, um site que ajudava as pessoas a entenderem o processo de entrar em faculdades americanas.
“Peguei tudo que aprendi com o Gabriel e coloquei em um site. Me desenvolvi muito, conheci muitas pessoas legais, mas deu tudo errado. Não engrenou como empresa.”
Foi nessa época que ele entendeu que o empreendedorismo poderia dar a vida que ele sempre quis ter.
Henrique queria ser independente financeiramente.
Queria alcançar infinitas oportunidades.
Decidiu, então, encontrar um problema para solucionar.
Aos 16 foi para Miami, EUA, com seus amigos e sócios do site Estudar nos EUA, para participar de um Hackathon cujo prêmio era de US$ 50 mil dólares. Era a oportunidade perfeita de conseguir um dinheiro para, finalmente, realizar o sonho de estudar em Stanford.
Durante o evento, eles desenvolveram um aplicativo de namoro em que o match acontecia entre duas pessoas que eram amigas no Facebook. E ficaram em primeiro lugar.
Ao voltarem para o Brasil, tentaram lançar o aplicativo e, na hora de monetizar, percebeu que existia uma oportunidade interessante em processamento de pagamentos online.
Potencial
Nessa mesma época, Henrique começou a brigar no Twitter com outro garoto sobre qual era o melhor editor de texto para programar.
Esse garoto, Pedro Franceschi, era um jovem da mesma idade, que morava no Rio de Janeiro, e que tinha ficado famoso na internet pelos seus feitos como um hacker programador: aos 12, foi a primeira pessoa a conseguir desbloquear um iPhone 3G no mundo e, depois, conseguiu fazer a Siri falar em português.
Por causa disso, Pedro começou a trabalhar cedo como programador em uma empresa, já que ninguém entendia muito sobre segurança de iPhone. Ele já tinha sua vida planejada: iria para a faculdade no Rio, trabalharia em uma empresa de tecnologia e ficaria perto da sua família.
Mas, nem sempre a vida sai como planejado.
140 caracteres não foram suficientes para brigar pelo melhor editor de texto para programar e eles foram para o Skype, onde se tornaram amigos.
Esse encontro foi decisivo para o futuro dos dois programadores. Um, mais introvertido e meticuloso. Outro, audacioso e explorador.
Juntos, elevaram seus talentos em potência máxima, e decidiram começar um negócio: a Pagar.me. A startup nasceu em 2013 a partir das dores de pagamento que Henrique teve em suas empresas anteriores, e da experiência de Pedro na empresa em que trabalhava.
O propósito da startup de pagamentos online é, desde o início, descomplicar a realização de transações financeiras pela internet, melhorando a vida das pessoas. No começo, receberam um aporte considerável da ArpexCapital, fundo do Embaixador Endeavor André Street, também fundador da Stone, que se tornou um grande mentor para a dupla de empreendedores.
“O André foi mais que um investidor, foi quase um pai pra gente. Nos ensinou a contratar, demitir, fazer contabilidade, pagamentos. Como ele também tinha criado uma empresa de pagamentos com 15 anos, foi muito importante ter uma pessoa que entendia a gente completamente.”
Por três anos lideraram a Pagar.me. Foi lá que encontraram um modelo de co-gestão que mudaria a forma como trabalham juntos de vez: eles se tornaram co-CEOs. Henrique como o external CEO e Pedro como o internal CEO, tocando a operação no dia a dia.
“Geralmente esses dois papéis são feitos por uma pessoa só. Dividindo, nós conseguimos ser o melhor possível nas coisas mais importantes. O que fez a gente dar certo muito rápido é que eu passava muito tempo pensando nas minhas coisas e o Pedro nas dele.”
Quando tinham 18 anos, os dois passaram em Stanford. Eles precisavam tomar uma decisão.
Compararam o cenário empreendedor brasileiro com o do Vale do Silício. Em 2016, ainda não tinham unicórnios no Brasil, o ecossistema ainda não havia entrado em ebulição.
Ir para fora e realizar o sonho de Stanford parecia o certo a fazer.
Então, venderam a empresa para o mentor e investidor André Street, que a incorporou à Stone, e partiram para a Califórnia.
“O André sabia como tocar o negócio e foi um passo importante para o futuro da Stone. Foi uma decisão difícil, mas importante para todos.”
Pessoas
Chegaram em Stanford em 2016 sabendo que iriam largar os estudos antes do fim do curso. Pensaram em dois anos. Mas, não sabiam que seria tão rápido.
Três meses depois do início das aulas, já estavam pensando em alternativas de negócio.
“Decidimos que não iríamos mais trabalhar com pagamentos porque dava muito trabalho. Pensamos em VR, um negócio muito mais tecnológico.”
Foram para a YCombinator, a aceleradora de startups do Vale, com a ideia de um negócio de realidade virtual. Saíram com uma empresa de pagamentos, a Brex.
“Nós entendemos que conhecíamos os meios de pagamentos. Vimos o Nubank dando certo no Brasil. Vários clientes da YCombinator tinham levantado milhões e tinham dificuldade com cartão de crédito.”
A Brex nasce em 2017, oferecendo um cartão corporativo e programa de recompensas para startups.
O primeiro passo foi conversar com os antigos investidores brasileiros da Pagar.me, já que o jeito de empreender nos Estados Unidos era diferente do Brasil. Teriam que (re)aprender um monte de coisas.
Antes de lançarem o cartão, de fato, entregaram para alguns clientes experimentarem. Ao mesmo tempo, levantavam capital e azeitavam o produto. Ali, eles viram que daria certo.
“Quando saímos da Y-Combinator, conseguimos um investimento de US$ 7 milhões da Ribbit Capital e de vários outros anjos do Brasil e Estados Unidos – Max Levchin, um dos fundadores do Paypal, Empreendedores Endeavor, Carl Pascarella, ex-CEO da VISA. Esse aporte foi muito importante para começarmos.”
Depois do lançamento, a Brex cresceu. E muito. De forma meteórica. Até para os padrões do Vale do Silício. Em 1 ano e meio, cresceram o que previam crescer em 5 anos.
O cartão de crédito foi só o início para a Brex. Henrique e seu sócio Pedro sempre tiveram uma visão muito além: queriam fazer múltiplos produtos para outros tipos de empresas.
Queriam revolucionar o setor financeiro.
Queriam mudar o jeito que as empresas fazem a sua gestão.
“As pessoas usam muitos softwares de gestão financeira. O que realmente queremos é, em poucos anos, ver várias empresas fazendo IPO e tendo o Brex como principal sistema.”
Aos poucos, Henrique e Pedro chegam mais próximos do sonho grande.
Hoje, a Brex já oferece um sistema operacional financeiro que integra cartões de crédito, uma espécie de conta bancária, pagamentos, despesas e contabilidade. Com isso, o cliente tem a capacidade de armazenar dinheiro e pagar contas em um painel repleto de integrações com outros softwares financeiros.
Com mais de 500 pessoas no time, a scale-up já captou mais de US$ 730 milhões de dólares em venture capital, possui valor de mercado estimado de US$ 3 bilhões e é reconhecida como unicórnio desde outubro de 2018.
“Quando eu estava começando, eu só não queria falhar. Eu queria ter dinheiro para ser independente. E também provar para as pessoas que eu conseguia fazer isso aos 16 anos. Hoje, eu quero mudar o jeito que as coisas funcionam no mundo. Mudei a minha forma de pensar e vi o potencial da Brex em gerar um impacto mega positivo para as empresas.”
Em 2020, a Brex foi um marco para a Endeavor Brasil: a primeira empresa aprovada no programa de apoio a Empreendedores Endeavor que já tinha o título de unicórnio. Um unicórnio global, criado por dois brasileiros prodígios que já são exemplo para a próxima geração de empreendedores.
Agora, Henrique conta com a nossa rede global de empreendedores, mentores, embaixadores e corporações parceiras para dar mais passos em direção ao seu sonho de ser o software de gestão financeira usado pelas empresas de crescimento acelerado.
“O que mais me atrai na Endeavor é a cultura de colaboração. Empreender é solitário e ter com quem contar faz toda a diferença. É uma rede extraordinária.”
A história do Henrique nos conta sobre curiosidade, independência, confiança em si mesmo e no outro. É sobre a mentalidade de crescimento que sempre levou ele e seu sócio adiante.
É a história do novo ecossistema que estamos construindo. Que cresce mais rápido. Que acredita no máximo potencial de cada um. Em que as empresas possuem uma rede de apoio para sustentar o crescimento acelerado. Em que cada empreendedor e empreendedora cresce e multiplica o seu impacto, sendo exemplos para a próxima geração.
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