O ministro Moreira Franco (Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República) disse que o governo estuda a criação de uma política capaz de reduzir a alta rotatividade dos trabalhadores formais que ganham até dois salários mínimos.
“É um dos pontos que estamos debruçados, porque isso é prejudicial ao trabalhador, à empresa e ao país. A rotatividade diminui a possibilidade de aumentarmos a produtividade, porque ela decorre da experiência e do conhecimento”, disse.
“Se você não tem certa permanência, não trabalha as experiências e não traz para o seu trabalho o conhecimento que adquirido”, afirmou o ministro.
Segundo Moreira Franco, o governo procura uma maneira de interromper esse movimento. “Precisamos de uma política voltada a baixar essa rotatividade do trabalhador brasileiro e para aumentar produtividade”, disse.
CLASSE MÉDIA
O ministro participou hoje do lançamento do projeto “Vozes da Classe Média”, que divulgará estudos, a cada dois meses, para criação de políticas públicas para essa faixa de renda –que deve movimentar, apenas este ano, R$ 1 trilhão– segundo estimativas do governo.
Atualmente, 104 milhões de brasileiros fazem parte da classe média, o equivalente a 53% da população do país. Há dez anos, essa faixa representava 38% do total de brasileiros.
Segundo o ministro Moreira Franco, esse crescimento foi motivado pelos aumentos reais do salário mínimo e de incentivo ao emprego formal.
“Diferentemente do que muita gente diz, não foi a política assistencial que elevou 40 milhões de brasileiros à classe media, fazendo dela maioria da população. Foi a renda, o trabalho e o esforço pessoal”, disse.
DESAFIOS
Na lista de desafios para o governo, de acordo com o ministro, está a necessidade de garantir às pessoas que saíram das classes mais baixas as condições para serem protagonistas de seu crescimento.
“Essas pessoas precisam da meritocracia, da igualdade de oportunidades, da diversidade de oportunidades. Para isso, precisamos que elas falem e que o governo e a sociedade ouçam”, disse.
O governo também pretende planejar maneiras de garantir que essas pessoas permaneçam na classe média. “[Precisamos] Dar sustentabilidade, para que o que elas conquistaram seja preservado. Precisamos de políticas econômicas, não mais de políticas sociais”, disse Moreira Franco.
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