Por: Ricardo Costa
Sinceramente, não sei te responder. Não estou no seu lugar, mas posso explicar como eu penso nessas situações.
Ao longo dos anos, tive boas ofertas e nunca tive medo do novo mas, mesmo assim, fiquei por quase 9 anos na empresa anterior e estou há quase 8 na atual. Medo? Comodidade? Vou explicar.
Uma coisa que eu já fiz, por duas ou três vezes na carreira, pode parecer um suicídio para muitos. Nas vezes em que realmente fiquei em dúvida sobre uma oferta, eu procurei meus gestores e abri o jogo. A reunião começava assim: “Bem, eu recebi uma oferta para uma outra empresa…”. Como assim? Louco!
Enfim, imediatamente após a pergunta, o gestor pensava que aquilo criaria um “leilão” de salário. Cada um tem seus motivos, mas esse sinceramente não estava no meu radar imediato. Eu tirava qualquer discussão de dinheiro da conversa, e perguntava abertamente: “Não vim falar de salário, e estou indeciso. Minha questão é: porque eu deveria ficar?”.
Se você é um colaborador dedicado, que entrega bons resultados e sabe seu valor, não há o que temer. Ainda, se minha relação com meus gestores não fosse franca, e sentisse que essa conversa seria ruim, minha resposta para a pergunta do título seria bastante fácil.
Bem, o que ouvi dos meus gestores? Ouvi avaliações muito preciosas sobre mim, sobre a empresa, sobre o futuro e – de certa forma – acabava sendo uma entrevista para um novo emprego, mas na empresa que eu estava.
Nas três vezes que fiz isso eu tive as seguintes decisões: na primeira vez eu decidi ficar, na segunda eu decidi ir, na terceira – já em outra empresa – decidi ficar. Tive a felicidade de ter acertado nas três decisões. Qual foram os efeitos?
Na vez que decidi sair, tudo correu muito bem. A franqueza se pagou: gerou confiança, reconhecimento e valorização. Essa empresa me chamou algumas vezes para voltar, inclusive.
Nas vezes que decidi ficar, o resultado foi ainda mais interessante: recebi uma nova proposta de trabalho, novos desafios e revisões de salário (mesmo sem eu ter pedido). Sim, sem fazer leilões nem pressões para isso. Criei o meio propício para que me reavaliassem, e os gestores concluíram que havia mérito para essa revisão salarial.
Eu fiquei pela oportunidade de uma redefinição. Salário não era o pilar da conversa. Como disse, isso não foi colocado em nenhum momento por mim. O mesmo motivo me levou a decisão de aceitar a oferta de vir para onde estou hoje: onde estava não podia me redefinir, e a nova me daria tal chance.
É por isso que usei a imagem de uma Fênix para ilustrar o texto. Na mitologia, de tempos em tempos ela morre e renasce. Morrer não é uma decisão exatamente prazerosa, e renascer dá trabalho e consome energia. No entanto, é assim que a Fênix se renova, se redefine, prolonga sua existência.
Para mim, enquanto a empresa que eu estiver proporcionar os meios necessários para que me sinta renovado, eu ficarei. Se isso deixar de ser verdade, com outra empresa em paralelo propondo algo que não posso ter onde estou, é simples: eu irei. No hard feelings.
Esse é meu método, esteja certo ou errado. É necessário ter certa coragem para fazer o que fiz, mas a História me ensinou que em pouquíssimos casos a glória veio de atitudes receosas. Isso me leva a uma última dica: convido-o a assistir o trecho de um discurso do Jim Carrey (sim, o comediante) sobre as decisões na vida que tomamos com base no medo.
Redefina-se, seja na empresa que está hoje, seja na próxima. Se há algo bom onde está hoje, persiga. Se há algo em outra empresa que te atraia, e que não tenha possibilidade de acontecer na atual, vá. Torne-se cinzas, e ressurja mais forte que antes. Boa sorte!
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