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03 de janeiro de 2018 - 18:00

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Para não terminarem na lata do lixo, currículos devem ser sucintos e objetivos. Veja 8 informações que você pode (e deve) eliminar agora do seu CV

Por Claudia Gasparini

Nas mãos de recrutadores atribulados pelo excesso de trabalho e pela falta de tempo, currículos muito longos e prolixos têm destino certo: a lixeira.

Mas não basta ser econômico nas palavras (e nas laudas) para evitar que o seu CV seja eliminado de cara por possíveis empregadores. Também é preciso ser seletivo com o conteúdo, isto é, saber quais informações são realmente indispensáveis para compor o seu retrato profissional.

Isabela Tuca, consultora da Randstad Professionals, diz que muitos candidatos elaboram CVs recheados de detalhes sobre suas rotinas de trabalho, mas se esquecem de incluir números e outros indicadores concretos dos resultados que obtiveram em cada emprego — um tipo de dado crucial para a seleção.

Do ponto de vista do recrutador, talvez não importe muito a lista de atribuições que você tinha quando era gerente comercial em 2011, por exemplo. Por outro lado, saber que você gerou um crescimento de 20% nas vendas da empresa pode fazer os olhos dele brilharem.

Para não se perder, é bom ter em mente a estrutura básica de um CV. Ele deve contemplar as seguintes seções: identidade do candidato (nome, nacionalidade, idade e dados para contato), formação acadêmica e experiências profissionais. Idiomas, atividades de aperfeiçoamento e hobbies podem aparecer ao final do documento.

Para Alexandre Kalman, sócio da Hound Consultoria, o campo “experiências profissionais” é o que mais causa confusões e exageros. “Já vimos CVs com 20 ou 30 tópicos explicativos para cada emprego”, afirma. “Também é a seção em que a linguagem costuma ser mais prolixa e imprecisa”.

O excesso, porém, pode aparecer por todo o documento — e precisa ser eliminado. Veja a seguir 8 pontos que você pode cortar sem medo do seu currículo, segundo os recrutadores ouvidos por EXAME.com:

1. Referências profissionais

Seu ex-chefe é seu fã e certamente recomendaria você como profissional? Pode ser interessante passar os contatos dele para um potencial empregador, mas não no currículo. Segundo Isabela Tuca, consultora da Randstad Professionals, a informação deve ser compartilhada apenas se os recrutadores a solicitarem na fase da entrevista. No CV, nome e telefone de referências profissionais só servem para roubar espaço de outros dados mais importantes.

2. Último salário ou remuneração pretendida

Na visão de Tuca, dinheiro é um assunto delicado demais para ser tratado no espaço limitado e inexpressivo de um currículo. “Se já você estabelece um limite para o salário no CV, pode ser excluído automaticamente de alguns processos”, explica. “É melhor falar disso na entrevista presencial, quando é possível olhar no olho do recrutador, negociar e refletir sobre outras variáveis, como o pacote de benefícios e o local de trabalho”.

3.  Excesso de informações para contato

E-mail, número do celular e link para o seu perfil no LinkedIn costumam bastar para que um recrutador encontre você. Segundo Alexandre Kalman, sócio da Hound Consultoria, é desnecessário apresentar outras formas de contato no currículo, como telefone de terceiros para recados ou perfis em rede sociais não-profissionais, como Facebook e Twitter.

4. Dados da sua vida pessoal

Informações que não digam respeito a quem você é como profissional podem ser dispensadas, inclusive na etapa da entrevista. Assim, dizem Kalman e Tuca, você não precisa dizer no currículo se fuma, tem filhos ou é praticante de alguma religião, por exemplo. Também é desnecessário incluir o seu endereço residencial completo: basta informar a zona da cidade ou o bairro onde você mora.

5. Autoavaliação comportamental

Você pode ter uma autoestima invejável, mas nem nesse caso deve rechear o seu currículo com expressões elogiosas à sua própria conduta profissional. Adjetivos como “criativo”, “dinâmico”, “persistente” ou “incansável” devem ser eliminados do documento, segundo Kalman. Além de soar antipática, a tática é inútil. Quem deve avaliar se você tem ou não essas qualidades é o recrutador.

6. Histórico escolar pré-faculdade

Citar todas as escolas pelas quais você passou na infância e adolescência é completamente desnecessário — por mais famosas e respeitadas que elas sejam. De acordo com Tuca, a instituição em que você cursou o ensino médio pode ser relevante, no máximo, se você almeja uma vaga de estágio. Para todos os outros casos, só merece espaço do currículo a formação acadêmica universitária.

7. Razões por trás de desligamentos

Como o currículo deve ser sucinto, dificilmente você será capaz de contar toda a sua história nos limites exíguos do documento. “Não tente explicar por escrito eventuais demissões ou períodos de desemprego”, diz Tuca. “Fale desses detalhes na entrevista, cara a cara com o recrutador”. Além de economizar espaço, você evitará mal-entendidos e conclusões precipitadas sobre você.

8. Hobbies “aleatórios”

Não há problema em mencionar atividades que você pratica por prazer no seu CV. Porém, é bom que elas tenham alguma relação com o seu perfil profissional. Informar que você faz teatro, por exemplo, pode ser interessante se a posição exige boas habilidades de comunicação. Mas não é recomendável mencionar atividades aleatórias, que não refletem nenhuma característica útil para o trabalho. “Se não há nenhum significado interessante por trás do hobby, é melhor deixá-lo de fora do currículo”, diz Kalman.

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