Por: Anderson Silva
Salário alto, vontade dos pais, influência dos amigos ou profissão da moda? São muitos os motivos que influenciam a escolha da carreira pelos jovens. Às vezes, pela carreira errada. O resultado são profissionais frustrados. Pesquisa do Datafolha de abril do ano passado mostra isso em números: 22% dos brasileiros se consideram infelizes ou pouco felizes em seus empregos.
Mas o que fazer quando se percebe que está na profissão errada? Para especialistas e executivos, a melhor saída é tentar descobrir o quanto antes se o caminho profissional escolhido é o melhor. Combinar experiência profissional e formação acadêmica é uma opção.
Viviane Gonzalez, diretora regional interior de São Paulo da Business Partners Consulting, vê no dia a dia a realidade dos números do Datafolha e afirma sem receios: não é raro optar pela profissão errada. “O jovem tem de decidir muito cedo e muitos não têm maturidade para escolher corretamente”, diz. O ideal é que o jovem se “teste” no mercado, faça estágio e perceba se é isso mesmo que ele quer, recomenda.
Escolheu errado? Não insista no erro. “Muitos continuam na área, mesmo não gostando, por medo de começar de novo, e esse receio pode implicar em uma carreira frustrada e infeliz”, diz. Ela própria passou por uma situação assim. Influenciada pela profissão do “momento”, cursou dois anos de Ciências da Computação. “Eu tinha 20 e poucos anos quando comecei a faculdade, mas desisti porque percebi que aquele não era o meu lugar”, diz. Mudou o curso para Administração de Empresas, trabalhando em multinacionais, e ingressou na área de consultoria, para ela sua verdadeira vocação.
A área de RH pode ter um papel importante e auxiliar o profissional que questiona se tomou a decisão certa. “As avaliações de desempenho estão aí para perceber se há algo errado e tentar virar o jogo a favor das empresas”, diz Viviane. “O papel do RH é agir como parceiro e orientador, ajudando esses profissionais a identificar seus pontos fortes para que tenham um melhor desempenho e, consequentemente, maior satisfação”, diz Vanessa Tenório, coordenadora de RH da Radix, empresa especializada em tecnologia de softwares. Segundo ela, cabe ao RH apresentar as oportunidades oferecidas pela empresa que permitem o desenvolvimento do profissional. “Mas a decisão de continuar ou não naquele caminho é do próprio funcionário”, destaca.
Para Izabel Aragão, uma das responsáveis pela área de capital humano da Sofftek, empresa global de soluções orientadas a processos de TI,com 30 escritórios na América do Norte, América Latina, Europa e Ásia, o RH pode apoiar o colaborador com dúvidas sobre a carreira, procurando entender o motivo que fez com que escolhesse a profissão e, assim, ter uma visão mais ampla antes de tomar qualquer ação que possa ter reflexos na carreira ao longo dos anos. “Tanto o RH como o líder do colaborador têm condições de perceber no acompanhamento cotidiano das atividades se há dúvidas e inquietudes sobre sua escolha”, diz Izabel. “Acredito que a área de RH pode criar um espaço de escuta e confiança, deixando o jovem funcionário confortável para compartilhar sua percepção com a empresa”, complementa.
Vanessa Tenório, da Radix, observa que, para ter sucesso na carreira, é imprescindível descobrir o verdadeiro talento, sem se ater a pressões ou se prender a profissões que remunerem bem, mas que não dão prazer. “Invista naquilo que te dê brilho nos olhos”, aconselha.
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Tenho 26 anos, me formei em enfermagem (graduacao) e, logo em seguida, fiz pos-graduacao. O problema e que eu nao gosto do que escolhi e nao estou feliz. Recentemente, descobri que gosto de profissoes que sao mais do ramo executivo, gestao e RH. Meu medo e mudar de profissao, para o que eu gosto e nao me contratarem por ja ter tido uma primeira escolha que eu nao segui. Isso pode acontecer?