Profissionais precisam investir na carreira, adquirindo competências técnicas ecomportamentais. Já as empresas precisam buscar formas diferenciadas de atrair e reter bonscolaboradores
Por: Cleber Andriotti Castro
Divulgada recentemente, a 9ª Pesquisa Anual sobre Escassez de Talentos, do ManpowerGroup, traz um dado de extrema importância: 36% dos empregadores entrevistados em todo o mundo relatam escassez de talentos em suas empresas, a maior taxa em 7 anos. No Brasil, essa percentagem atinge incríveis 63%, colocando o país em 5º lugar entre as 42 nações pesquisadas.
Tal fato ocorre, em nosso território, em função do sensível aumento da oferta de vagas em determinadas áreas, fruto do crescimento econômico experimentado pelo país nos últimos anos, sem o respectivo aumento na quantidade de profissionais sendo capacitados para essas áreas onde o problema se apresenta.
Assim, para aquele profissional que busca um bom emprego, há que se atentar para as atividades mais promissoras para os próximos anos. Operários, técnicos, motoristas, secretárias, assistentes administrativos e auxiliares de escritório, trabalhadores de ofício manual, profissionais de T.I., contadores e profissionais de finanças, operadores de máquinas de produção, engenheiros e gerentes de vendas são as dez profissões que, segundo a pesquisa, apresentam maior escassez de pessoal no Brasil.
Isso faz com que a balança penda para o lado do empregado, que passa a ter maior poder de barganha em relação a salário, benefícios e outras regalias. Buscar especializar-se nessas atividades que apresentem tendência de crescimento do número de vagas aumenta, e muito, as chances de sucesso profissional. Mas engana-se quem pensa que apenas conquistar uma formação básica nessas áreas é o suficiente. Há que se perseguir constantemente a excelência, investindo continuamente em sua carreira, de forma a oferecer tanto competências técnicas quanto comportamentais acima da concorrência. Aí, sim, o sucesso é quase certo.
Já em relação às empresas, é importante ressaltar que, ainda segundo a pesquisa, mais de um em cada cinco empregadores ainda não adotaram estratégias para minimizar essa escassez. Os impactos dessa dificuldade para preencher adequadamente seu quadro de pessoal vão desde a queda na qualidade do atendimento prestado a seus clientes até a redução na produtividade da empresa, o que certamente impactará significativamente seus resultados financeiros a médio e longo prazo.
Assim, cabe aos administradores do negócio e, em especial, da área de gestão de pessoas, adaptarem-se a essa nova realidade, buscando formas diferenciadas de atrair e reter bons colaboradores. Segundo a pesquisa, 47% das empresas têm adotado práticas diferentes para lidar com as pessoas, como maior oferta de treinamentos e atividades para o desenvolvimento pessoal, além de abrandarem os processos seletivos, procurando por profissionais menos completos tecnicamente, mas com bom potencial de crescimento. E aproximadamente um em cada quatro entrevistados respondeu que tem buscado fontes alternativas de recrutamento de funcionários – reinserindo, por exemplo, pessoas já aposentadas no mercado de trabalho – ou adotando práticas de gestão menos rígidas, como horário de trabalho flexível, contratos temporários de serviço e trabalho remoto, entre outras.
São os novos tempos, do qual não se pode fugir. O profissional que captar essas tendências e se procurar constantemente se destacar terá seu caminho facilitado, e muito. Assim como a empresa que entender adequadamente as características e anseios dessas novas gerações que vêm mudando radicalmente a forma de trabalho no mundo. As oportunidades são muitas. Basta aproveitá-las!
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