Por: Janaína Gimael
Amar pode doer, não apenas no coração, mas no bolso. Não falo aqui daquele amor desapegado, tão lindo e verdadeiro, mas tão complicado de se conquistar, onde desejar o bem do outro basta por si só.
Falo do amor mais comum, que talvez nem seja exatamente amor, mas que tratamos como tal e, assim, acaba nos pregando peças em todas as áreas da vida, inclusive na financeira.
Pense nos relacionamentos que você já teve até hoje, e também nos relacionamentos que você acompanha de perto, e veja se, no final da leitura, você também conseguirá detectar algumas questões importantes às quais é preciso estar atento para não cometer erros. Vamos lá?
1. O quanto você faz o que o outro quer e se compromete financeiramente com isso?
Não vou entrar em detalhes sobre a relação em si, afinal, nem teria como analisar o que está certo ou errado, pois também aprendo muito a cada dia. Mas a pergunta é: o quanto você faz o que o outro quer mesmo tendo que se comprometer financeiramente com isto?
Conheci alguém que se endividou até o pescoço porque o namorado a obrigava a ficar mais magra, mais sarada, a ter silicone e a perder a barriga. Ou seja, a ser outra pessoa!
No auge do desespero para mantê-lo, ela pegou um empréstimo no banco, se comprometeu até os cabelos, fez a tal lipo, colocou o tal silicone, e realmente parece que conseguiu mantê-lo ao lado.
Mas será que tamanho sacrifício valeu a pena? Será que adiante as exigências não serão maiores? E sobre o empréstimo, seriam anos pagando parcelas que, no fim das contas, já teriam dobrado ou até triplicado o valor original.
É preciso colocar limites e avaliar o quanto determinadas coisas você faz por você ou pelo outro. E o quanto determinadas coisas são saudáveis (afinal é normal querermos agradar quem gostamos) ou estão além do que deveria ser feito.
Pare, respire e avalie. Não se comprometa excessivamente apenas para agradar o outro, até porque o outro, se gostar mesmo de você, saberá que não pode exigir tudo. E o quanto vale mudar tanto apenas para agradar, não é? Saber amar também significa saber impor limites.
Dei um exemplo sobre uma mulher acima, mas isto vale para homens também. O quanto vale se comprometer para atender determinadas exigências (sem cabimento em alguns casos) da parceira? Pare e reflita.
2. Você vive a vida rica do outro sem ter condições?
Você pode se relacionar com alguém que de fato tem condições de bancar um estilo de vida regado a luxo. Porém, para viver esta vida com ele (ou ela), você está tendo de abrir mão de outros planos? De deixar de investir em algo para um bem maior? De economizar com algumas coisas que poderiam fazer diferença adiante?
Em certas fases da vida é normal que queiramos guardar mais pensando no futuro, assim como também é normal haver outras fases em que acabamos gastando mais do que deveríamos para aproveitar as oportunidades de viajar, de sair, de ir a lugares legais.
Mas também é preciso limitar o quanto dá para viver a vida rica do outro se tiver que abrir mão de coisas que lhes são valiosas relacionadas a sonhos e metas de vida.
Se eu sei que quero comprar um apartamento e preciso guardar dinheiro para isso, mas estou usando tudo que ganho em viagens e restaurantes caros porque é assim que o outro está acostumado, então provavelmente não conseguirei o que quero.
E se você está com alguém para quem não faz diferença gastar muito o tempo todo, mas você tem que tirar do que não tem (ou até tem, mas deveria guardar para conseguir chegar onde quer), avalie com calma o que está fazendo e coloque-se um freio.
Já cometi alguns erros relacionados a isso e hoje sei que colocaria limites no quanto poderia ou não disponibilizar para viver um estilo de vida que, em princípio, ainda não é o meu.
Se a pessoa gostar mesmo de você, ela entenderá e vocês poderão chegar a um acordo, inclusive fazer divisões nas contas de acordo com as possibilidades de cada um. Mas se não olhar para este ponto, provavelmente só perceberá quando muito tempo tiver se passado e você tiver que aprender na prática que não foi legal!
3. Faz compras a cada briga ou a cada ausência?
Relacionamentos pouco equilibrados também podem levá-lo a gastar o que não pode. É normal que, após uma briga, queiramos nos sentir melhor ou mudar o foco. Nestas horas uma comprinha acaba caindo bem, não é?
Mas se o seu relacionamento está tão descompassado que só gera brigas e ausências a toda hora (levando-a às compras de forma compulsiva o tempo todo), tem algo errado aí!
Comece a avaliar e se controlar para não descontar no bolso o que está faltando na relação. Às vezes não é o vestido mais caro da vitrine que vai resolver um problema de ausência do outro, mas uma boa conversa e uma boa dose de auto-estima. Ame-se e cuide-se, sem detonar as finanças para isso!
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4. Vocês têm objetivos comuns?
Finalmente vem a pergunta que não quer calar: vocês têm objetivos comuns? Se a resposta for positiva, será muito mais fácil resolver qualquer descompasso financeiro. Por isso vale uma conversa franca para entender quais os sonhos, desejos e metas do outro.
É claro que você pode ter determinados objetivos que não batem com os dele(a) e vice-versa, mas é importante que alguns sejam objeto comum de desejo, podendo ser desde uma viagem à Tailândia ou parar de pagar aluguel. Com isso em mente será muito mais fácil focar e deixar de cometer tantos deslizes!
Neste caso, vale fazer alguns programas mais baratos, ver quem pode pagar mais a cada fase, estabelecer prazos para economizar ou brechas para algumas pequenas loucuras de vez em quando.
O importante é jogar as cartas na mesa e avaliar se o que você quer também é algo que o outro quer. Muitas vezes pode não ser, e aí caberá a você fazer outras avaliações. Mas se for, bingo! Muita coisa já estará resolvida por si só!
Boa sorte e fique á vontade para opinar, afinal, estamos todos em aprendizado constante na imensa loucura que é a vida a dois! Amar é complicado, mas importante. O que você pensa sobre tudo isso?
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