Embora nenhuma empresa afirme isso em seus processos de recrutamento e seleção, ao menos 20% delas não contratam empregados que fumam. A estimativa é de Luciana Tegon, Diretora da Tegon Consultoria, empresa especializada em recrutar e selecionar pessoas para clientes em todo o Brasil:
“Quando discutimos com as empresas o perfil ideal do candidato para determinada vaga, pelo menos 20% das empresas orientam as consultorias a não incluírem profissionais que fumam em seus processos de seleção. Isso se deve a vários fatores, a começar pela questão de saúde, uma vez que empregados que fumam estão mais propensos a doenças graves como embolia pulmonar ou até mesmo câncer, o que implicaria em impactos consideráveis no plano de saúde mantido pela empresa”, explica Luciana.
Outra razão para que as empresas evitem empregados fumantes é a produtividade. Segundo Luciana Tegon, um empregado que fuma ao redor de 10 cigarros por dia durante o horário de trabalho vai perder cerca de 1 hora de trabalho entre as idas e vindas para fumar:
“Como não é possível impor ao funcionário que pare de fumar para não comprometer sua produtividade, pois essa imposição poderia acarretar implicações trabalhistas, o que acaba acontecendo mesmo é que as empresas demitem o empregado fumante. Em empresas do segmento de saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida, não se admitem fumantes de modo algum, uma vez que o fumo contrário a própria cultura dessas empresas”, explica Luciana.
Ainda que algumas empresas venham proporcionando momentos de pausa para seus empregados relaxarem, inclusive com a criação de áreas de descompressão, nesses intervalos para descanso não se admite o uso do fumo: “Há empresas que adotaram uma área de descompressão para os empregados relaxarem. Em algumas vemos áreas isoladas com poltronas reclináveis em ambientes escuros e silenciosos, onde o funcionário pode ficar por 15 minutos em paz, sem poderem usar celular ou até mesmo conversarem uns com os outros. É área para relaxar mesmo. Há outras que têm salas de jogos, salas de alongamento, salas de massagem e meditação estimulada por áudios que podem ser ouvidos em fones individuais. Mas em nenhuma dessas salas é permitido fumar, até porque a própria legislação proíbe o fumódromo em ambiente fechado”, assinala Luciana.
Mentir não funciona – Segundo a diretora da Tegon Consultoria, há casos de funcionários que mentem nos processos de seleção e dizem que não são fumantes quando perguntados a respeito. Para a consultora, essa prática é inútil, uma vez que o hábito de fumar é detectado até mesmo quando a pessoa não está fumando ou não fuma durante o horário de trabalho:
“Já vi casos em que o fato do empregado apenas cheirar a cigarro levou à sua demissão. É fato que as pessoas que não fumam têm olfato mais sensível e, nesse caso, os colegas desse profissional reclamavam que ele cheirava a cigarros e que o cheiro era incomodo. Quando o empregado foi ouvido pela área de RH, ele alegou que tinha voltado a fumar depois de conseguir o emprego. A desculpa não colou e ele foi demitido”, conta Luciana.
Muitas empresas têm programas de combate ao tabagismo, que visam estimular os empregados a abandonarem o vício. De modo geral, esses programas têm como principal preocupação os aspectos relacionados à saúde dos colaboradores, uma vez que doenças como embolia pulmonar ou câncer impactam diretamente os custos dos planos de saúde que as empresas oferecem aos empregados.
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