Por: Gustavo Brigatto
Manterem-se atualizadas frente às novidades do mundo digital tem sido um grande desafio para as empresas. Afinal, em que tecnologias e tendências investir se tudo parece mudar tão rápido? Na avaliação de Carlos Domingo, presidente da Telefónica I+D, braço de pesquisa e desenvolvimento da operadora espanhola, a solução para essa questão é ter pessoas jovens na equipe. “Na medida em que você fica mais velho, você perde o contato com as novas tecnologias. Eu mesmo tenho tido essa dificuldade”, disse o executivo ao Valor. “São os jovens que usam as novas tecnologias primeiro. É uma forma de ver para onde o futuro está indo”. Domingo estará no Brasil nesta semana para a Campus Party, evento que começou ontem e vai até domingo em São Paulo.
Para o executivo, que também atua como membro do conselho de companhias iniciantes de tecnologia, uma das principais tendências atualmente é a dos aplicativos que usam informações do ambiente ou de contexto do usuário. Isso significa que, baseado em dados como o local, o horário e a situação em que a pessoa se encontra, o software pode fazer uma sugestão de restaurante ou enviar alguma informação relevante.
“Isso vai tornar os smartphones mais úteis”, disse Domingo. “Há alguns dias eu estava dentro do avião e recebi um alerta avisando que o pouso iria atrasar. Poucos minutos depois, o piloto fez um aviso geral sobre o atraso”, contou. Os aplicativos se abastecem de dados de sensores embutidos nos dispositivos móveis (são de 10 a 15 nos smartphones vendidos atualmente) e também de consultas automáticas a diferentes fontes na web. O recurso, que já está disponível em alguns aparelhos com o sistema operacional Android, do Google, como o Moto X, da Motorola, será incorporado a muitos outros, segundo Domingo.
Dados pessoais enviados para diferentes fontes o tempo todo reforçam a discussão sobre a privacidade na web. De acordo com Domingo, essa questão é importante. O especialista diz avaliar, no entanto, que os usuários vão continuar a usar os serviços desde que as regras sejam claras. “Desde que haja transparência sobre como os dados serão apresentados e que os serviços funcionem como devem, não acho que as pessoas vão se importar em compartilhar suas informações”, disse.
Segundo Paco Ragagales, cofundador da Campus Party, o evento deste ano é o maior dos sete anos de sua história. Serão 8 mil campuseiros (como são chamados os jovens que participam do evento) e mais 2 mil pessoas trabalhando na organização. A programação inclui 500 horas de palestras e atividades, como maratonas de desenvolvimento de aplicativos.
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