Por: Patricia Vieira Martins
Muito se fala na escassez de profissionais de TI, no “gap” de mão de obra para atender a demanda de vagas que exigem conhecimento tecnológico. Como especialista em outsourcing de Recursos Humanos e recrutamento de profissionais de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e Telecomunicações, entendo que não existe falta de mão de obra. O que de fato acontece é um descompasso entre a demanda do mercado contratante e a falta de qualificação da mão de obra disponível.
Pelo lado dos profissionais, vejo que no Brasil encontramos um mercado em expansão, porém com poucos competidores qualificados. A consultoria IDC prevê um agravamento na carência por profissionais de tecnologia no Brasil até 2015, chegando ao número de 117 mil vagas abertas sem que empregadores encontrem profissionais qualificados para preenchê-las.
Além da qualificação, atributos e competências pessoais e comportamentais, como comunicação, assertividade, poder de persuasão, capacidade de liderança, entre outras, bem como línguas estrangeiras, também são levados em conta e ganham destaque nos processos de seleção por competências.
Já pelo lado do contratante vemos que não somente as empresas de grande porte terceirizam o RH. Hoje temos um cenário diferente, onde encontramos empresas de todos os portes adotando este modelo de solução justamente para aumentar sua capacidade de realização dos projetos que possuem ou da demanda diária de atividades.
O contratante exige alta qualificação, porém, em geral, oferece baixa remuneração, o que desmotiva, ou mesmo inviabiliza o profissional de investir em especializações e certificações. Faltam incentivos para a criação de profissionais especializados em TI. Falta apoio do governo junto às instituições de ensino, falta apoio do governo para as companhias investirem na qualificação.
A verdade é que as dificuldades em encontrar profissionais qualificados não são apenas ruins para o setor de TI. É uma desvantagem também para o desenvolvimento econômico do país que sofre com o atraso no desenvolvimento tecnológico como um todo.
É necessária uma atuação conjunta entre instituições de ensino, empresas, profissionais e governo para a solução desse apagão. É necessário que o empregador atue como parceiro na formação do seu profissional, mesmo que tenha uma contrapartida de tempo de permanência na empresa, por exemplo. É necessário empenho do profissional em buscar bolsas de estudo ou mesmo ser autodidata no aprimoramento de línguas estrangeiras e nos atributos e competências pessoais.
A solução não acontecerá por si só, nem em curto espaço de tempo. Mas é preciso dar o primeiro passo.
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