Por: Claudia Gasparini
Dos 18 milhões de brasileiros que estão no LinkedIn, quantos realmente sabem usar o site de forma produtiva? Para quantos a dificuldade de se comunicar bem pela rede não acaba levando ao desperdício de oportunidades profissionais?
Não são poucos os que se prejudicam por dúvidas e receios na hora de se relacionar com possíveis empregadores no site.
O motivo? Segundo Milton Beck, diretor da área de soluções de talentos do LinkedIn no Brasil, ainda há muitos mitos rondando a cabeça das pessoas quando o assunto é a interação com recrutadores pela rede social.
O maior deles, diz Beck, é pensar que existe algo de diferente na forma de se relacionar com eles pelo site. “Qualquer postura que você não teria presencialmente também não vale para o contato via LinkedIn”, explica.
Ele cita o exemplo hipotético de um candidato que manda mensagens para o recrutador insistentemente, apesar de não receber nenhuma resposta. “Não é porque a comunicação se dá pela internet que você deve esquecer que o outro também é um ser humano e não gosta de spam”, afirma Beck.
Quer dizer que enviar mensagens para o recrutador no LinkedIn é uma má ideia? Não, diz o diretor. “Fazer contato com ele não é ruim, o problema é exagerar na dose”, pondera o diretor. Para ele, o segredo é usar o bom senso, agindo com gentileza, respeito e paciência.
Estratégias de aproximação
Beck comenta que ficar sem resposta não significa necessariamente que o recrutador está desinteressado. “Dependendo do caso, ele pode receber centenas de mensagens por dia no LinkedIn e não consegue ler tudo”, diz o diretor.
A melhor forma de chegar até ele, então, é buscar algum contato em comum entre vocês. “Ativar alguém da sua rede de contatos que conhece o recrutador é a forma mais eficaz de se aproximar dele”, explica Beck. Se você conseguir ser apresentado, melhor ainda.
Outro erro de estratégia é achar que vale tudo para chamar a atenção do empregador. Se existe uma vaga anunciada no LinkedIn para médico num hospital, por exemplo, não faz sentido você se candidatar se é advogado, contador ou administrador.
“Achar que você pode mandar o currículo para qualquer posição, só para se fazer conhecer pelo recrutador, é um erro comum e muito grave”, diz Beck. Para não desgastar sua imagem, o melhor é se candidatar para vagas que realmente foram feitas para você.
O poder dos contatos
Segundo o diretor, entre os brasileiros no LinkedIn, apenas 3,5 milhões estão buscando emprego ativamente pelo site. “Sobram 14,5 milhões de pessoas que estão lá dentro apenas para fazer contatos e aprender mais sobre suas áreas de atuação”, diz ele.
Mesmo que você não esteja atrás de um emprego, o conselho de Beck é manter uma relação cordial com headhunters e profissionais de recursos humanos de outras empresas no LinkedIn.
“Se você recebe uma oferta de um recrutador, minha opinião é a de que não deve ‘fechar as portas’, mesmo que acabe recusando o convite dele”, diz ele.
Isso significa apostar na manutenção do vínculo com esses contatos, ainda que não haja a intenção imediata de contar com eles para conquistar uma oportunidade. “O objetivo, aqui, é fazer networking”, diz Beck.
Finalmente, é preciso lembrar que o seu interesse não deve se restringir a recrutadores. “Fazer networking pelo site pode ser útil para retomar contatos antigos, ter insights sobre sua área ou obter recomendações sobre bons cursos, por exemplo”, afirma o diretor.
Pares, ex-chefes, influenciadores – em resumo, todas as outras pessoas com quem você possa evoluir profissionalmente – compõem a rede que vale a pena alimentar. “Ter bons relacionamentos só ajuda”, conclui ele.
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