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Como saber se o recrutador passou mesmo dos limites?

por: Angelica Balthasar
em: Gestão
fonte: Exame
16 de outubro de 2012 - 0:06 - atualizado às 0:18

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Perguntas íntimas ou sobre assuntos estratégicos são indícios de que o entrevistador está perdendo a linha, dizem especialistas

Por: Camila Pati

Muito se fala sobre o que o candidato a uma oportunidade de emprego deve ou não dizer durante um processo seletivo. Mas e o recrutador? Há limites para suas perguntas?

Uma pesquisa recente feita com candidatos a empregos em Wall Street revelou que, muitas vezes, os entrevistadores podem ser ofensivos. Mas como identificar quando o recrutador está sendo abusivo?

Especialistas ouvidos por EXAME.com são claros: perguntas muito íntimas indicam que o recrutador está indo longe demais. “É uma questão de bom senso, mas a intimidade do candidato sempre deve ser preservada”, diz Gerson Correia, sócio-diretor da Talent Solution. “A linha é tênue, mas o objetivo do entrevistador não pode ser invasivo”, explica Roberto Picino, diretor da Page Personnel.

Tabus

Perguntas que envolvam assuntos considerados tabus não devem entrar entrevista. Sexo e religião estão nessa lista. “Perguntar quantas vezes por semana a pessoa faz sexo é fora de propósito”, diz Correia.

“Questões de sexualidade não devem interferir na avaliação e não podem estar na entrevista”, completa Picino. Nesse caso, é possível se recusar, educadamente, a responder.

Mas, querer saber se o candidato é casado ou namora, pode ter um propósito. “Para um emprego que exija mudança de cidade, por exemplo, a pergunta faz parte de um contexto”, diz Correia.

Em relação à crença religiosa, o tema só pode ser abordado se o candidato entrar no assunto. “Do contrário é passar dos limites”, diz Picino.

Mesmo se o candidato falar sobre sua crença, Picino diz que o entrevistador deve ser bastante cuidadoso. “O perigo é cair na questão do preconceito caso o candidato não seja aprovado na seleção”, diz o diretor Page Personnel.

Assuntos confidenciais

Questões sobre assuntos estratégicos de empresas em que os candidatos trabalham ou já trabalharam também estão fora de cogitação.

“Recrutadores não podem querer que o candidato fale sobre assuntos internos”, diz Correia. “Perguntar sobre faturamento de uma empresa que não divulga resultados é antiético”, diz Picino.

Ao se deparar com uma pergunta como essa, o melhor a fazer é preservar a empresa. “O candidato que é bom profissional não responde a esse tipo de pergunta”, diz Correia.

A dica é explicar que se trata de um tema confidencial e pedir que o recrutador prossiga a entrevista com outras perguntas.

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