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Como o desemprego afeta nossa personalidade com o passar do tempo

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: O Estado de S.Paulo
21 de agosto de 2016 - 14:02

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Por: Danielle Paquette

Desempregados tendem a ficar mais fechados e neuróticos, segundo estudo, pois enfrentam sensação de perder a comunidade, e não só a renda

Longos períodos de desemprego esgotam nossas contas bancárias e enfraquecem a economia. Um novo estudo indica que longos períodos sem trabalho também podem deprimir nossa personalidade. E isso pode dificultar ainda mais a busca por emprego.

Uma pesquisa publicada esse mês na revista JournalofAppliedPsychology examinou uma amostragem de 6.769 adultos alemães – 3.733 homens e 3.036 mulheres – que se submeteram ao mesmo teste de personalidade duas vezes dentro de um período de quatro anos. Durante o experimento, 251 participantes ficaram desempregados por menos de um ano; 210 enfrentaram o desemprego por períodos de um a quatro anos.

Os autores se concentraram em cinco características: meticulosidade, neurose, afabilidade, extroversão e abertura. As disposições das pessoas envolvidas numa eterna busca por trabalho se revelaram bastante diferentes em relação aos participantes empregados – transformando-se para pior, muito pior.

De acordo com os pesquisadores, “o desemprego traz um dos maiores impactos no bem-estar… com frequência durando além do período de desemprego, algo comparável a tornar-se deficiente”.

As descobertas feitas na Alemanha têm implicações para os Estados Unidos. Uma das características da lenta recuperação econômica do país é o número extraordinário de pessoas que se enredaram nas fileiras dos desempregados no longo prazo, aqueles que buscam trabalho sem sucesso por 27 semanas ou mais. Estima-se que 3,4 milhões de pessoas se encaixem nessa definição, de acordo com os cálculos do Instituto de Política Econômica.

É claro que esse número não conta a história toda: alguns assumem ocupações temporárias, mas acabam caindo novamente no desemprego. Alguns desistem de procurar trabalho.

Para exacerbar o problema, nossa capacidade de encontrar trabalho pode diminuir se nossa autoestima for abalada. A depressão é mais comum entre os americanos desempregados há muito tempo, de acordo com recente pesquisa da Gallup: cerca de um em cada cinco desempregados disse sofrer de depressão. A proporção é quase o dobro da observada entre aqueles que ficam desempregados por cinco semanas ou menos.

Os impactos do desemprego para a saúde mental são devastadores. Um estudo do CDC mostrou que a proporção de suicídios acompanha as oscilações da economia.

“Vemos com isso que as políticas públicas têm um papel-chave a desempenhar na prevenção das mudanças de personalidade adversas na sociedade, tanto combatendo o desemprego como oferecendo mais apoio aos desempregados”, disse o pesquisador Christopher Boyce, bolsista da Universidade de Stirling, na Escócia, um dos autores do estudo, à Associação Americana para o Avanço da Ciência.

Inicialmente, os homens desempregados que participaram do estudo da APA se tornaram mais afáveis, talvez por estarem aproveitando a novidade do tempo livre. Mas, no segundo teste, dois anos mais tarde, eles apresentaram traços mais mal-humorados do que os homens empregados.

As desempregadas chegaram a esse limiar da amargura mais rapidamente: a afabilidade diminuiu a cada ano de desemprego.

“Nos primeiros estágios do desemprego, pode haver incentivos para que os indivíduos se comportem de maneira condizente com o esforço de procurar novo emprego ou para aliviar a situação daqueles ao seu redor”, escreveram os pesquisadores, “mas, nos anos posteriores, quando a situação se torna endêmica, os incentivos desse tipo podem enfraquecer”.

Outras descobertas relativamente óbvias: os homens desempregados demonstraram uma saudável dose de abertura no primeiro ano de desemprego, mas os níveis caíram conforme a busca por trabalho se prolongou. As mulheres se mostraram muito menos abertas no segundo e terceiro ano de desemprego.

Ambos os sexos demonstraram traços mais neuróticos após longos períodos de desemprego. Para os pesquisadores, isso decorre do fato de a renda não ser a única perda sofrida. Perder o emprego pode trazer a sensação de perder a comunidade.

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