Por: Claudia Gasparini
Fazer um bom marketing pessoal já é uma tarefa difícil por si só. Mas o desafio se torna maior ainda se você tem medo de parecer vaidoso.
A questão é, antes de tudo, cultural. Segundo a coach Marie-Josette Brauer, do Innovation Coaching Center, o brasileiro tende a ver com maus olhos quem valoriza as suas próprias competências.
“Para fugir do rótulo de ‘convencido’, é comum que o profissional assuma uma postura excessivamente humilde, como se o sucesso fosse algo feio”, afirma.
No entanto, é perfeitamente possível fazer marketing pessoal sem criar uma aura de prepotência.
Para começar, é preciso entender que a prática não tem nada a ver com exibicionismo, ensina o consultor norte-americano William Arruda, autor do livro “Career Distinction: stand out by building your brand” (Editora Wiley, 2007).
“Muita gente pensa que marketing pessoal significa bater no próprio peito e dizer ‘vejam como eu sou bom’. Na verdade, não se trata de dizer às pessoas que você é competente, mas mostrar isso a elas”, diz ele.
Profissionais vistos como arrogantes são, justamente, os menos habilidosos quando o assunto é construir uma imagem favorável no mercado, afirma Marie-Josette.
Afinal, construir uma boa reputação profissional depende de autoconhecimento e autenticidade – duas características que faltam a quem se enxerga (e se vende) como “bom em tudo”.
Da fala à ação
Desfeitos os mitos sobre o assunto, é preciso pensar em formas de construir a sua reputação de forma equilibrada e elegante.
O primeiro passo é fazer um exercício de reflexão para identificar os seus pontos fortes e fracos. “Só depois de uma autoanálise profunda é que você saberá o que pode e o que não pode vender para os outros”, explica Marie-Josette.
Em seguida, é preciso planejar formas concretas de divulgar as suas competências. Para Arruda, a melhor forma de fazer isso é colocar o seu talento a serviço de outras pessoas, isto é, ajudá-las a resolver problemas.
“Mais do que falar de si mesmo, o importante é dar evidências do que você é capaz de fazer”, afirma.
Outro instrumento poderoso é o que o especialista norte-americano chama de “liderança de ideias” – a capacidade de informar, esclarecer e influenciar outros profissionais da sua rede de contatos.
Para tanto, você pode escrever artigos de blog, gravar vídeos ou até fazer comentários sobre notícias de forma a mostrar seu conhecimento sobre um determinado assunto, diz Arruda.
Propaganda enganosa
Ainda assim, é preciso tomar cuidado para não exagerar na dose. Segundo Marie-Josette, muitos profissionais se excedem na hora de apresentar seus conhecimentos e talentos – principalmente na internet.
“Muita gente usa as redes sociais para engrandecer suas próprias qualidades e divulgar ‘propagandas enganosas’ sobre si mesmas. Isso não é marketing pessoal, porque não é autêntico e nem sustentável”, diz ela.
Quando o assunto é internet, aliás, todo cuidado é pouco. Segundo Arruda, a reputação online de um profissional está se tornando mais importante do que a sua reputação offline.
“As pessoas estão pesquisando o seu nome no Google antes mesmo de conhecer você pessoalmente. Por isso, é preciso construir uma imagem digital que seja positiva, mas também coerente com a realidade”, diz o especialista.
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