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Chorar no trabalho é sinal de fraqueza?

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: UOL Economia
21 de outubro de 2015 - 18:00

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Por: Daniela do Lago

A maioria dos profissionais acredita (e pesquisas indicam) que não é uma boa ideia chorar no trabalho, pois pode evidenciar um perfil comportamental nada desejado: o de um profissional fraco, desequilibrado e que não aguenta pressão. E ninguém quer isso para sua carreira.

Quero propor uma nova perspectiva sobre este grande paradigma que ainda permeia as relações corporativas. Mas, antes, enfatizo que manter-se calmo e tranquilo sob as mais variadas circunstâncias é fundamental para o sucesso na carreira de qualquer profissional, pois suas reações serão sempre de bom senso e prudência.

Uma emoção é só uma emoção e está presente em todo ser humano. Move homens e mulheres e influencia em todas as decisões que tomamos. Isso não significa que ela tenha que te controlar. As emoções sempre estarão presentes conosco e ficam melhores se soubermos administrá-las.

Se alegria, entusiasmo e empatia são emoções valorizadas nas empresas, por que o choro não pode ser válido? Quem nunca ficou nervoso no trabalho?

Existe muito julgamento negativo sobre choro no ambiente corporativo, porque a maior parte das pessoas não sabe lidar com as emoções, nem como agir quando vê o outro chorar. Assim, a tendência é julgar negativamente.

Pense bem: chorar na frente dos colegas e do chefe não é algo que planejamos, mas, nas raras ocasiões em que me senti realmente frustrada ou traída, fiquei com os olhos cheios de lágrimas. Mesmo hoje, mais experiente na minha carreira, ainda acontece.

Não é fácil ver os outros olhando para você enquanto se é exposto, mas chorar por qualquer coisa não ajuda. Para verificar seu equilíbrio emocional, faça uma análise da frequência versus motivo que o choro acontece na sua vida.

Se a frequência for intensa e por muitos motivos diferentes, comece a repensar sua forma de reagir às situações, pois a verdade é que o choro recorrente pode afetar negativamente a percepção a seu respeito como profissional.

Talvez um dia não se considere mais chorar no trabalho um sinal de fraqueza ou uma situação constrangedora, e isso seja tomado como simples manifestação de uma emoção autêntica. Talvez a compaixão e a sensibilidade venham a tornar-nos profissionais mais naturais no futuro.

Enquanto isso, todos podemos acelerar essa mudança empenhando-nos, daqui pra frente, a nunca mais dizer (e desafio a nem pensar) as seguintes frases julgadoras que ainda ouço por onde passo:

  • “Chefe cobra tanto fulano que ele não aguentou e chorou”
  • “Chorar é coisa de gente fraca”
  • “Fulano é muito sentimental, não aguenta pressão”
  • “Não aperta o beltrano que ele espana”
  • “Eita mulherzinha frágil”
  • “Que ridículo chorar na frente do chefe”

Lágrimas podem acontecer contigo a qualquer momento. Portanto, se não quiser ser julgado, pare imediatamente de fazer isso com os outros. Partilhar as emoções ajuda a construir relações mais profundas.

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