Por: Betania Tanure
Em minha coluna de dezembro, abordei o tema ambição, analisando a necessidade premente de aprender a discriminar o lado sol do lado sombra das nossas aspirações e desejos para que eles nos levem a alcançar, efetivamente, os resultados que almejamos. Agora, é fundamental inserir essa discussão no contexto da cultura organizacional da competência dos nossos dirigentes.
O ambiente hoje, no Brasil, é de grandes mudanças nos cenários político, econômico e empresarial. Nas organizações, a média de operações de fusão e aquisição tem crescido significativamente nos últimos anos. Na esteira das transformações e crises trazidas por esse movimento, os modelos de gestão, que denomino “jeito de fazer”, e o estilo de liderança vêm se redesenhando.
É o que mostram nossas pesquisas. Elas revelam ainda mais: no atual ambiente organizacional, convivem diferentes gerações, com perspectivas distintas, e mudou o contrato psicológico entre indivíduo e empresa.
Esse ambiente desafia nossos executivos a desenvolver novas competências. Aquelas que eram suficientes até bem pouco tempo atrás já não atendem da mesma forma às demandas organizacionais e econômicas. Em outras palavras, não garantem à empresa resultados sustentáveis. E o que falta? A resposta é: os dirigentes precisam criar “raízes” que sustentem a sua atuação e as suas decisões nesse novo ambiente e, ao mesmo tempo, construir “asas” que lhes permitam voar longe, ousar, fazer melhor.
As raízes a que me refiro são os valores, o “jeito de ser” que constitui o alicerce da cultura de uma organização. Ainda que um valor em si não seja alterado, a sua operacionalização (que envolve o “jeito de fazer” da empresa) deve ser ajustada conforme o caráter da mudança, seja ela social, de modelo de negócio ou outra. Lembremos que os valores funcionam como guia do nosso comportamento, das nossas ações e decisões.
Quanto às asas, representam a ambição em seu lado sol – a “ambição Dédalo”, analisada em meu último artigo -, alinhada a uma causa que mova as pessoas na direção de um objetivo comum e à capacidade dos dirigentes, e de sua equipe, de alcançá-lo.
As pessoas podem conhecer o propósito da empresa, mas não compreender o que ele significa: é o caso de 56% dos nossos gerentes. O que possibilita a essas pessoas encontrar sentido e motivação em seu trabalho cotidiano é a causa – ou seja, a energia ou força que, por sua própria natureza, produz atos, efeitos e fenômenos. Essa força dirige o olhar da organização para o futuro, desenhando novas perspectivas empresariais que vão além do negócio.
Uma empresa deve aliar um ótimo desempenho a uma participação ativa na sociedade. Deve buscar uma atuação de empresa cidadã – da sua cidade, do seu país e, por que não?, do mundo. Como? Desenvolvendo competências que a levem a chegar lá.
Aceite esse desafio. Comece buscando a cada dia uma atuação consciente, coerente com esse objetivo. Seja um líder transformador. Saiba articular a melhoria permanente do desempenho, por meio da racionalização, com a revitalização contínua da estratégia, da estrutura, dos processos e das pessoas. Nesse caminho, esteja atento à força da cultura e dos valores da empresa, crie “raízes”.
Então, com foco em sua ambição, construa uma causa que o inspire profundamente e faça brilhar os olhos de cada um dos seus liderados. E voe alto, garantindo, assim, o necessário alinhamento das ambições da empresa com a construção do futuro. O resultado será excepcional.
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