Estudo mostra também que ter amigos no trabalho aumenta a produtividade
Por: Maíra Amorim
O brasileiro é o povo que mais fala sobre questões familiares no trabalho. É o que revela a primeira edição da pesquisa “Relacionamentos no trabalho”, feita pelo LinkedIn com 11 mil profissionais de 14 países — da América Latina, o Brasil foi o único que participou. O estudo revela, ainda, que 46% de todos os profissionais entrevistados acreditam que amizades entre colegas torna o trabalho mais feliz e produtivo, e aponta também para uma diferença de gerações no ambiente corporativo — os mais jovens, por exemplo, não veem problema em falar quanto ganham.
— A ideia do estudo foi analisar a relação entre amizades no trabalho e a motivação e produtividade dos trabalhadores — afirma Fernanda Brunsizian, gerente sênior de comunicação corporativa do LinkedIn América Latina.
Entre todos os países pesquisados, o Brasil é onde há maior propensão a se falar com os colegas sobre questões familiares: 60% dos participantes disseram que esse é um hábito comum. Além disso, mais de um terço (35,8%) dos entrevistados no Brasil disse que a amizade com colegas de trabalho é algo que motiva.
— Na pesquisa, 32,5% dos brasileiros dizem que os colegas são como um pai e uma mãe. Ou seja: também encontram no trabalho alguém que exerce a função de cuidar deles — destaca Fernanda, chamando a atenção para o dado de que quase metade dos brasileiros (48,6%) também pedem conselhos de relacionamento aos colegas, contra 20% dos holandeses. — Os temas que os profissionais levam para o trabalho variam muito de cultura para cultura. Mas o ponto comum é que ter amigos no trabalho faz diferença e influencia positivamente a motivação.
VIDA PESSOAL X VIDA PROFISSIONAL
Mas há indícios também de que os brasileiros possam confundir mais as relações profissionais com as pessoais. Segundo o estudo do LinkedIn, mais da metade (51,6%) dos entrevistados no Brasil adicionam o seu gerente nas redes sociais, em comparação com apenas 15,2% no Reino Unido. E 29% dos profissionais brasileiros já conversaram com seu gerente fora do horário de expediente para assuntos não relacionadas ao trabalho.
— Acho que isso também acontece porque o brasileiro passa muitas horas no trabalho, diferentemente do europeu — diz Fernanda.
CONFLITO DE GERAÇÕES
Também chama atenção a existência de um “conflito de gerações” para o qual aponta o levantamento. No Brasil, 54% da geração Y, nascidos entre 1980 e 2000, discute o salário com colegas no trabalho, comparado a 33% dos baby boomers, que têm entre 55 e 65 anos. E a maioria (61,4%) dos entrevistados brasileiros da geração Y é mais aberta a compartilhar conselhos sobre relacionamentos com colegas de trabalho, contra 32,5% dos baby boomers.
— É a diferença entre o presidente e o estagiário e trainee da empresa. A geração mais nova, além de falar mais abertamente sobre as coisas, também mistura mais a vida pessoal e profissional — ressalta a gerente de comunicação corporativa do LinkedIn.
Para Fernanda, o resultado da pesquisa traz insights tanto para empresas quanto para os trabalhadores.
— Para as companhias, o levantamento ressalta a importância de se desenvolver uma cultura interna que permeie todas as áreas, porque a grande maioria das contratações não dá certo por conflito de valores, não por falta de qualificação. A empresa tem que ter seus valores bem definidos e buscar profissionais alinhados a eles. Já os funcionários podem avaliar se estão num ambiente de trabalho que realmente é adequado a eles, assim como uma geração deve buscar entender melhor a outra, para que trabalhem juntos de forma maiz eficaz.
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