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15 de setembro de 2024 - 12:00

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Rose Souza, sócia e CEO da Verbify e da Companhia de idiomas, explica como ganhar confiança com a nova língua

No meu último artigo aqui na Exame.com, fiz um paralelo entre aprender a nadar e aprender um idioma. Se não leu, está aqui.

Você pensou comigo sobre a necessidade que sentimos de começar a praticar uma habilidade em um ambiente emocionalmente seguro, ter alguns simuladores (como se estivéssemos aprendendo a pilotar um avião ou a fazer uma cirurgia), depois mostrar o que estamos aprendendo publicamente, colocando sempre a prática acima da teoria. Estamos considerando aqui habilidades, como nadar, falar um idioma, dirigir, cozinhar etc.  Na Companhia de Idiomas, temos milhares de alunos que, para se soltar, precisam iniciar com pequenos passos, para que a jornada seja leve, divertida, pra que a mente não rejeite e comece a jogar contra, encontrando mil motivos para desistir. E pra que a aprendizagem de fato aconteça de forma acelerada, dentro de uma agenda cheia, como é a agenda dos nossos alunos e alunas.   Vamos ver um pouco mais sobre cada um desses elementos, pra você aprender mais rápido qualquer habilidade que quiser.

Ambiente emocionalmente seguro

É bem difícil a gente conseguir se jogar em algo totalmente desconhecido, e aprender. Normalmente partimos de algo que nos é familiar. Para aprender um idioma, partimos do idioma que a gente conhece – ou de imagens, mímicas e outras técnicas que façam você se sentir confortável, neste início. Cada método, escola ou professor tem seu jeito de fazer você sentir segurança, evitando o pânico, a rejeição, o desconforto extremo, o sofrimento – e a consequente desistência de quem mal começou uma jornada de aprendizagem.

Onde você pode explorar mais, para aprender um idioma mais rápido?

Escrevendo primeiro, e depois gravando áudios e vídeos pra você mesmo, falando o idioma

Em um curso particular (só você e o professor), para que você desenvolva a autoconfiança

Em um curso com turmas bem reduzidas, com professores e colegas que estimulam você a falar boa parte do tempo (veja que só ouvir o professor, ou aulas gravadas, ajudam em algumas habilidades, mas não vão contribuir muito com a sua habilidade de falar – é mais ou menos como decorar regras de trânsito ou de natação – isso ajuda, mas não qualifica você a dirigir, ou pular na piscina)

Mas cuidado! Ambientes emocionalmente seguros viciam, porque são muito confortáveis, e nos dão a ilusão de que estamos fazendo algo super importante, vencendo um desafio. Mas na verdade estamos naquele lugar quentinho, que não é necessariamente bom pra nossa evolução.

Lembre-se, no entanto, de que esse é um ótimo primeiro passo. O segundo passo é você ir pra um ambiente de simulador.

Ambiente de simulador

O ambiente ideal para a aprendizagem deve ter bastante conforto, e também alguns desafios.

Só conforto, você não vence seus desafios, não foca nas habilidades mais difíceis pra você.

Só desafio, você pode ir direto pra zona de pânico – e não aprender nada também.   Em um ambiente de simulador, você sabe que pode se jogar, porque, embora pareça “real”, ele é seguro.

Quem pode te ajudar a aprender um idioma mais rápido?

Com uma pessoa em quem você confia, e sabe que está tudo bem errar na frente dela – pode ser alguém que sabe o mesmo que você, que sabe menos, ou que sabe mais. O importante aqui é você se sentir em um simulador de avião – você está pilotando, mas sabe que está em segurança. Troque áudios com essa pessoa, combine de falar “por cinco minutos” no idioma, sobre qualquer coisa. Se você é iniciante, vale perguntar o nome, idade, estado civil, onde mora. Aí da próxima vez você pergunta o que faz aos sábados, e por aí vai. De leve, sem muitos desafios, use estruturas que você conhece. E não tem problema errar. É só um exercício.

Com sua professora ou professor – pergunte se pode enviar um áudio curtinho por semana, só pra praticar. Mas não faça isso só com professoras ou professores. Quanto mais você ampliar esse número de pessoas, mais você vai lidar com o desconforto inicial, e, aos poucos, assim como dirigir ou nadar, vai ficando mais tranquilo.

No meu próximo artigo, vou escrever sobre praticar em público, e também sobre teoria x aplicação.

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