Por: Alexandre Orrico e Bárbara Libório

Cantor, compositor, historiador, esgrimista, radialista, empreendedor, piloto de avião e investidor-anjo.

Este é Bruce Dickinson, mais conhecido por ser vocalista da banda de rock Iron Maiden, mas que já trilhou um caminho como empresário no ramo de formação de pilotos, pela empresa Real World Aviation, e em manutenção de aeronaves, com a companhia Cardiff Aviation.

O Iron Maiden também tem uma marca de cerveja chamada Trooper.

Segundo Dickinson, que participou do Campus Party, em São Paulo, para se especializar em áreas tão diferentes, o importante é dedicação. “Você precisa aprender rápido o básico do negócio e prover um serviço seu, diferente dos outros”, afirmou o músico, durante uma entrevista coletiva antes da apresentação

“O importante é ter uma boa ideia e trabalhar duro. Você pode ensinar qualquer coisa para uma pessoa, mas dedicação, não”, diz. Na visão dele, é possível “treinar até um macaco para que ele tenha MBA”.

Para uma start-up (empresa iniciante de base tecnológica) dar certo, segundo Dickinson, não basta uma ótima ideia. “Muitas companhias fecham porque não têm um controle de gastos eficiente e querem crescer antes da hora”, disse ele à plateia da Campus Party. “Não é preciso ter um escritório incrível ou uma equipe enorme. O importante é arcar com seus gastos.”

É preciso também, segundo o roqueiro, prestar atenção em nichos e comercializar uma relação com o cliente, não só o produto. “A Apple, por exemplo, que é quase uma religião. Ao comprar um telefone dela você não somente adquire um celular; você começa a fazer parte do culto.”

Depois de mencionar a Apple, Dickinson mostrou no telão o celular que utiliza: um Nokia antigo, sem GPS ou navegação na internet. “Quem tem smartphone na plateia, por favor olhem quanto vocês têm de bateria? Vou carregar este telefone daqui alguns dias apenas. É simples, seguro e eficiente. Como devem ser os negócios”, disse.

Roqueiros empreendedores

Dickinson, que diz se interessar por tecnologias ecológicas, afirma que não pretende investir em novas empresas agora, mas está otimista em relação à Cardiff Aviation.

Se tudo sair como o esperado, a empresa pretende dobrar seu quadro de funcionários– que hoje tem cerca de 60 profissionais.

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