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22 de julho de 2020 - 17:00

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A declaração foi dada por Jonathan Levin, reitor da Stanford Graduate School of Business, durante evento em São Paulo

Queremos educar os novos líderes de negócios para que eles ataquem questões sociais e deem uma contribuição positiva para o mundo.” A frase foi dita por Jonathan Levin, reitor da Stanford Graduate School of Business (GSB), durante mesa redonda que reuniu empreendedores e ex-alunos da universidade em São Paulo.

Além do reitor, participaram da discussão André Penha, fundador e CTO da Quinto Andar, Igor Marchesini, Head Global de Crescimento da SumUp, Rodrigo Abreu, CEO da Quod – Gestora de Inteligência de Crédito, e Erica Jannini, ex-executiva do Itaú Unibanco que acaba de se juntar ao Quinto Andar – todos eles ex-alunos da escola de negócios de Stanford.

“A Stanford foi muito importante na criação do Quinto Andar. Lá, aprendi a criar uma companhia de impacto, capaz de resolver problemas e ajudar a mudar o mundo. E, quando não tinha recursos para investir, foram os colegas de Stanford que me ajudaram, colocando dinheiro no projeto”, disse André Penha, um dos ex-alunos a dar seu depoimento no encontro.

O tema principal da mesa redonda foi a evolução do ensino de negócios em um mundo afetado por uma onda contínua de transformação e automação digital. “Para lidar com essas mudanças, praticamos uma educação imersiva, com foco em inovação e num olhar para o futuro. Mantemos as portas abertas para estudantes de todo o mundo, o que não é muito fácil no momento atual. E tentamos ajudar os líderes a ir além do lucro, e usar as novas tecnologias para causar impacto na sociedade”, disse Levin durante o evento.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista concedida pelo reitor a Época NEGÓCIOS.

O ensino de negócios passa por uma frase de grandes transformações. Quais são as maiores mudanças, e como a GSB está se adaptando a elas?

Houve duas importantes mudanças no ensino de negócios. Em primeiro lugar, mudaram as demandas dos estudantes. Vinte anos atrás, quem procurava um MBA tinha um emprego fixo em uma grande empresa e queria avançar nesse emprego. Agora, as origens são mais diversas e os objetivos também. Quer dizer, as pessoas têm carreiras menos lineares, mais dinâmicas, pulam de uma organização para outra, de um setor para outro. E, à medida em que sua história profissional muda, sentem a necessidade de novas formações. Mesmo depois do MBA, as pessoas querem continuar aprendendo. Isso provocou um aumento nos tipos e na variedade de programas executivos criados para suprir essa demanda. Na Stanford, estamos criando cursos cada vez mais flexíveis, que combinem traços do ensino tradicional com aulas mais práticas, que engajem os estudantes. E o MBA também está em transformação.

O que mudou no MBA?

Temos um programa que ensina habilidades gerais de gestão e liderança, e isso foi uma constante durante muito tempo. O que mudou é que hoje os estudantes são muito mais globais, vêm de backgrounds muito diferentes, e trazem para o campus diferentes perspectivas e experiências, o que gera interações muito ricas. Há um foco em empreendedorismo que sempre esteve lá. Mas, se antes, nossos estudantes criavam empresas no Vale do Silício, agora eles levam o espírito de Stanford para seus países e abrem startups em todo o mundo.

Você citou duas grandes mudanças no ensino de negócios. Qual a segunda?

Outra transformação é que parte da informação que antes você só conseguia obter na escola está disponível na internet. Em vez de buscar um conhecimento mais amplo no campus de uma universidade, você procura no Google. Então, a universidade precisa entregar outro tipo de valor agregado. Hoje esse valor vem muito mais das interações que você tem com os professores, com outros estudantes, com os empreendedores que vêm ao campus. Você participa do aprendizado com outras pessoas, em vez de apenas ouvir uma palestra no YouTube. A interação humana é tão importante quanto aprender sobre finanças, estratégia, tecnologia.

Essas mudanças foram acompanhadas por novos cursos?

Criamos muitos programas executivos novos, que tratam de temas como big data, inteligência artificial, transformação digital. Esses cursos atraem centenas de estudantes do mundo todo, inclusive do Brasil. Outra adaptação é que hoje usamos a tecnologia com muito mais frequência. Nossos cursos online alcançam uma audiência global – o principal é o Lead, um programa interativo de um ano, em que as pessoas trabalham em times. O que fizemos foi criar um campus virtual, que reúne estudantes de mais de 50 países.

Você mencionou atividades práticas, de solução de problemas. Como funcionam?

Nosso mais novo curso é o Action Learning Program, que será testado no ano que vem, com os alunos do MBA e do Masters. Nesse programa, os estudantes, divididos em equipes, irão trabalhar em projetos reais junto com empresas privadas. Com a orientação dos professores, eles serão obrigados a criar soluções, trabalhando junto com pessoas na empresa. Se der certo, vamos implementar para outros cursos também.

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