Por: José Renato Santiago
Distúrbio caracterizado pela repentina mudança de humor de seu paciente, a bipolaridade tem invadido o dia a dia de todos nós.
Diferentemente do que acontecia em um passado remoto, hoje em dia não é tão raro conhecermos alguém que sofra deste mal.
A questão aqui, no entanto, não diz respeito ao efetivo crescimento, mas sim ao seu diagnóstico.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a OMS, há cerca de 340 milhões de pessoas que sofrem de transtornos desta natureza (1 a cada 20).
Sim, sofrer é o termo certo, pois se trata de uma doença com a qual se deve ter um enorme cuidado.
Conforme alguns estudos, o índice de suicídio entre as pessoas bipolares é cerca de 30 vezes maior se comparado com aquelas que não possuem tal distúrbio.
Assustador.
Ainda assim, há um mal maior sofrido por uma pessoa bipolar, o preconceito.
Muitos, talvez por pura ignorância no assunto, costumam associar as características deste mal como sendo “pura frescura” ou “falta de uma boa surra quando criança”.
Como se fosse possível controlar seus efeitos.
No mundo corporativo, por exemplo, não é incomum confundirem a bipolaridade com questões bem diferentes sem qualquer relação de causa e feito.
Isto é péssimo e é o pior que pode ser feito.
Quantos de nós, ao longo de nossa vida profissional, já testemunhamos colegas que mudam radicalmente de postura e comportamento de um momento para o outro.
Tal tipo de situação costuma ser marcada por frases de tal estirpe “…ele (ou ela) só pode ser bipolar…”.
A verdade absoluta é que isto está longe de ser bipolaridade.
O que seria apenas uma estratégia de sobrevivência, mesmo que vil, passa a ser entendido como algo que é feito sem que haja a devida previsibilidade.
A pessoa bipolar age de acordo com o seu humor, e este, o humor, muda de forma muito rápida e extremada.
Trata-se de algo que pode ser controlado com tratamento, inclusive com medicação apropriada.
A mudança de posicionamento repentino, conforme conveniência, não possui qualquer relação com este tipo de transtorno.
O assunto sobre o qual se refere é outro.
Além disso, e justamente por se tratar de uma doença, é uma irresponsabilidade o uso indevido de um assunto tão sério para qualificar alguém.
Uma atitude preconceituosa, pois tende a associar uma doença como sendo uma característica pessoal.
“Ah mais eu não sabia disso”.
Ainda assim, o desconhecimento sobre as características desta, ou de qualquer outra, doença não serve de atenuante ao seu uso indevido.
Aliás, isto deveria servir para tudo, não é mesmo?
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