Por: Claudia Gasparini
Fazer networking do jeito certo é tão difícil que aqueles que conseguem dominar essa “arte” se tornam mitos.
É o caso do empresário norte-americano Richard Stromback, que ganhou fama de “Sr. Davos” pelo seu impressionante trânsito entre as figuras mais importantes do Fórum Econômico Mundial, evento anual que ocorre em Davos, na Suíça.
Richard tem histórias lendárias em seu currículo. Quando um príncipe do Oriente Médio foi conhecer um poderoso CEO dos Estados Unidos, ele pediu sua ajuda para facilitar o encontro, e até o Vaticano já recorreu ao empresário para negociar um acordo de paz, segundo o site Harvard Business Review.
Mas por que Stromback está sempre no centro das atenções? O segredo pode estar na sua capacidade de conectar pessoas, segundo sugere Maurício Cardoso, co-fundador do Clube do Networking.
“Ter um bom networking não é conhecer muita gente. É conhecer uma pessoa com um problema e uma pessoa com a solução, e fazer a ponte entre elas”, afirma ele.
A consultora empresarial Surama Jurdi explica que bons networkers, como Stromback, sabem ser facilitadores. “Eles conseguem servir ao outro, ajudá-lo, e assim ganham fãs no futuro”, afirma ela.
O problema é que muita gente esquece que o ingrediente para o sucesso dos relacionamentos profissionais é ser útil para os demais. “Quem tem um networking ineficiente normalmente subestima a importância da troca”, diz Cardoso.
Com a ajuda dos dois especialistas, EXAME.com reuniu alguns erros frequentes que decretam o fracasso do seu networking. Veja a seguir:
1. Abordar alguém de forma “crua”
Se você quer se aproximar de alguém, a forma ideal é ser apresentado. “Se você só manda um email ou faz uma ligação ‘fria’, fica parecendo telemarketing”, diz o sócio do Clube do Networking. “Não adianta insistir. As pessoas estão cansadas de serem alvo de conversas interesseiras”.
2. Não oferecer nada em troca
Não é errado se aproximar de alguém com um interesse, segundo Cardoso. Só não vale contar isso como networking se o benefício só existe para uma das partes. “Quando não há troca, dificilmente o contato leva a alguma coisa”, afirma ele. É o erro mais clássico do networking: procurar outro profissional só quando você está precisando.
3. Bajular
Tentar ganhar a simpatia do outro com elogios exagerados é uma péssima ideia, de acordo com Surama. “Autenticidade é fundamental para criar uma conexão real com o outro”, diz a consultora. Cumprimentar uma pessoa não é um problema, mas é bom moderar o tom e ser sincero.
4. Parar no primeiro contato
Cardoso critica a noção de que networking é um “evento”, um encontro pontual que acontece numa tarde, por exemplo. “Na verdade é um processo, algo que demanda um esforço a longo prazo para garantir a continuidade do relacionamento”, afirma.
5. Não sair da frente do computador
Usar o email e as redes sociais para conversar com outros profissionais é um ótimo hábito, desde que não substitua o contato presencial. “Para fazer networking, o olho no olho é fundamental”, diz Cardoso. “Sem isso, fica muito difícil criar confiança”.
6. Ser impessoal demais
Não é porque o objetivo da aproximação é profissional que você não pode – ou não deve – buscar uma conexão pessoal com o outro. Na verdade, encontrar uma identificação subjetiva é essencial para que o networking dê certo. “Afinidades garantem que o outro se lembre de você”, diz Surama.
7. Falar só sobre você
É natural tentar exibir as suas qualidades num encontro profissional. Mas é importante tomar cuidado para não transformar a conversa, num monólogo. “Você pode falar sobre si mesmo, mas também é importante perguntar, ouvir, demonstrar interesse pelos projetos, experiências e gostos da outra pessoa”, explica Cardoso.
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