Por: Claudia Gasparini
No delicado mundo do networking, perceber as sutilezas e nuances pode ser o segredo para o seu sucesso.
A regra mais elementar do processo, diz a coach Marie-Josette Brauer, é cuidar da sua rede de contatos de forma constante – não só em momentos de necessidade.
No entanto, aplicar esse princípio não basta.
Para ter resultados consistentes, você precisará se debruçar um pouco sobre a “psicologia” do networking, sugere Fabrício Barbirato, diretor executivo do IDCE (Instituto de Desenvolvimento de Conteúdo para Executivos).
De acordo com o especialista, é importante prestar atenção aos códigos culturais e comportamentais implícitos em uma relação profissional.
Assumir um tom levemente apreensivo em um email, por exemplo, pode transmitir ao outro mensagens que você sequer imagina.
O risco de passar o recado errado é maior no caso do brasileiro. “Ao contrário dos americanos, somos pouco habituados ao networking”, diz Barbirato. “Essa falta de prática muitas vezes se transforma em ruídos e mal-entendidos”.
A seguir, você verá 4 detalhes sutis que você deve considerar antes de marcar o próximo café com um colega de profissão:
1. Mostrar ansiedade é fatal
A verdade é dura: ninguém gosta de quem parece desesperado por uma recolocação. O brasileiro, como outros povos latinos, tende a desvalorizar quem demonstra insegurança.
Por isso, diz Barbirato, se você mandou um email para um contato há poucos dias e ainda não obteve resposta, pense duas vezes antes de reencaminhar a mensagem.
O melhor a fazer é respirar fundo. “Ainda que você esteja ansioso, a sua postura deve ser sempre tranquila, paciente, confiante”, aconselha o especialista.
2. “Dar emprego” não é favor
Barbirato também destaca um detalhe conceitual que tem um impacto profundo sobre a sua relação com pares. Fazer networking não é pedir favor – é estabelecer uma relação que beneficia todas as partes envolvidas.
“Ninguém ofereceria uma vaga para você se também não tivesse interesse no que você pode entregar para a empresa”, afirma. Por isso, em vez de agir como se procurasse ajuda, ofereça trocas.
Essa pequena mudança de mentalidade pode operar grandes mudanças. Consciente do seu valor para a outra parte, você saberá se “vender” de forma mais confiante e eficiente.
3. Humildade é o segredo de quem cativa
Na tentativa de impressionar a outra pessoa, você pode esquecer um princípio fundamental do networking: ser modesto faz os outros gostarem de você.
“Em vez de dizer ‘fiz doutorado em Harvard’, comece o papo contando que fez pós-graduação nos Estados Unidos, e deixe a pessoa ir descobrindo aos poucos os detalhes”, recomenda a coach Marie-Josette Brauer.
Também é importante valorizar o outro. Quando receber um cartão de visitas, por exemplo, não o guarde automaticamente no bolso. Pare, leia e faça perguntas que revelem interesse genuíno pelas suas realizações.
4. Networking não deve ser feito a qualquer hora – nem com qualquer um
Segundo Barbirato, é comum que os mais desavisados ignorem aspectos sutis da etiqueta do networking.
Não é bem visto se relacionar de forma muito ostensiva com profissionais do mesmo segmento da sua empresa, por exemplo, já que vocês são concorrentes em potencial.
Outro cuidado tem a ver com o momento. Enquanto você não completar um ano no seu novo emprego, é mais elegante desacelerar o networking. “Pode parecer que você é um profissional volúvel, que mal aterrissou na empresa e já está de olho em outra oportunidade”, diz o especialista.
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