Daniel Bilbao, empreendedor e colunista da EXAME, dá dicas para como as empresas podem combater as fraudes internas
Você é dos que acha que as chances de sua empresa sofrer um caso de fraude são de uma em um milhão? Se você acredita que uma ameaça pode ser detectada rapidamente apenas por fazer parte da empresa, ou se você deixa tudo para a auditoria interna, precisa de orientação sobre gerenciamento de fraudes.
A gestão do risco de fraude nos últimos 10 anos tem se caracterizado pela passagem de uma estratégia pró-ativa, aproximando-se da prevenção, e saindo do modo reativo, onde as empresas esperavam responder a ataques específicos.
O que torna uma estratégia de gerenciamento de risco a melhor?
1. Avaliação de riscos
Entenda quais atividades em sua empresa podem afetar a segurança. Desta forma, serão identificados os ativos e controlados os maiores riscos a que a empresa está exposta.
Realizar uma avaliação de risco envolvida no estudo das leis e regulamentos das operações de negócios e uma análise do impacto que isso pode ter nas vidas que trabalham em seu negócio, é uma parte fundamental dos processos de avaliação de risco.
É importante ter em mente que, além das obrigações legais e financeiras que uma empresa enfrentaria por estar relacionada a um caso de fraude, há outra razão pela qual nós, como seres humanos, devemos nos encorajar a analisar os esforços da empresa para se proteger: a moralidade. Lembre-se do que é bom ou não para saber se é saudável ou não para o nosso ecossistema.
2. Estratégias de dissuasão
A possibilidade de ser pego é um impedimento muito mais eficaz do que até mesmo a punição. Em webinar transmitido este ano pelo professor Oscar Díaz para a revista Accounting and Tax Management, foi afirmado que 90% das pessoas só cometem fraudes se pensam que não serão detectadas.
Ou seja, imagine uma situação em que alguém encontra dinheiro no chão sem dono aparente e decide pegá-lo, mas na hora que vai fazer percebe que tem uma câmera filmando. Ele ou ela desistiu de agir por medo de ser descoberto ou descoberta, e não porque pensasse que seria culpado ou culpada mais tarde.
Neste ponto, você pode se perguntar quais são os mecanismos mais comuns para dissuadir neste tipo de caso?
● SAC anônimo para denúncias.
● Rotatividade de mão de obra e férias obrigatórias.
● Auditorias de demonstrações financeiras.
3. Auditorias internas e externas
O papel do auditor para determinar, por exemplo, um caso anômalo nas demonstrações financeiras, será saber diferenciar entre erro, que não leva a uma intenção, e fraude, que é uma ação deliberada.
Existem muitas maneiras de diferenciar isso, mas vou mencionar a Lei de Benford, que nos ensina mais uma vez como a matemática nos ajuda a resolver os problemas da sociedade com precisão.
Esta lei diz que é 30% mais provável encontrar o número 1 como o primeiro dígito em tudo o que vemos ao nosso redor; direções, alturas, extensões de rios, inventários, número de habitantes, etc. Fato que também se aplica aos valores das faturas, que se não estiverem em conformidade com a Lei de Benford, é possível que se trate de corrupção ou desvio de dinheiro.
A gestão de fraudes deve ser uma iniciativa das lideranças de cada empresa, que também podem contar com ajuda de especialistas.
Minha recomendação é que pense igual às pessoas que roubam, esteja no grupo dos que roubam, conheça-os detalhadamente e seja amigo do inimigo, pois quem não conhece as formas como a fraude é comentada, dificilmente conseguirá dissuadir, prevenir ou detectar possíveis ameaças.
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