Por: Paulo Campos
A maioria das pessoas, no mundo corporativo, podem pensar que uma boa apresentação depende de muita informação, muito texto, quando necessário, e muitos gráficos. Além disso, elas podem esperar que sua audiência irá guardar toda aquela informação, números, gráficos e cálculos.
Pois bem, para seu infortúnio ou não elas não vão lembrar de tudo daqui meia hora, ou nem vão lembrar de nada, de fato!
É sabido que, durante e após uma apresentação, palestra ou exposição elas irão guardar, no máximo, três coisas em suas cabeças. Três ideias, três informações, três números que elas serão capazes de repassar instantaneamente em suas mentes e compartilhar, eventualmente, com outras pessoas.
Isso não significa que devemos desprezar todo o resto. Há de se separar as ideias secundárias das ideias centrais. Em uma apresentação, podemos contar uma história, onde construímos toda a trama, expomos o cenário, damos dados e informações que suportam o roteiro mas, ao final, as três coisas que serão fixadas na lembrança dos ouvintes deverão ser as três mensagens principais.
Nas apresentações de Steve Jobs, e quando discursou em uma formatura, começou com a frase “…hoje vou contar à vocês três histórias…”. Desta forma, manteve o público atento e pode criar suspense e ênfase nas ideias centrais do seu discurso. Na apresentação de lançamento do iPhone, construiu, igualmente, todo o speech sobre três conceitos principais. E não é à toa.
Jobs frequentemente utilizava este recurso, dizendo “…a primeira coisa que vou falar…” e aparecia no telão o número 1. Segundo Gregory Berns, professor de neurociência da Emory University, a associação de números com tarefas tem efeito poderoso sobre o córtex parietal posterior, região responsável pelo planejamento das ações.
A regra dos 3
Quando Thomas Jefferson declarou os três direitos inalienáveis na declaração de independência do Estados Unidos, utilizou-se de três palavras que se tornaram as principais e mais importantes da história do país: Vida, liberdade e busca pela felicidade.
Estas palavras são tão bem feitas e eloquentes que inspiraram outros países como a França, em busca de seus direitos de liberdade e contra a opressão: “Liberté, égalité, fraternité”.
Jefferson era um escritor habilidoso, e remontou a técnicas de retórica da antiga Grécia que baseavam a construção de uma mensagem, imagem ou ideia em cima de três palavras ou frases principais, assim conhecida como a ‘regra dos 3’, extremamente recomendadas em qualquer área de comunicação – marketing, apresentações e palestras –, hoje, por Carmine Gallo, autor do bestseller “The Presentation Secrets of Steve Jobs”.
A memória e os três pontos
Em 1956, o professor de Harvard, George Miller publicou um famoso paper chamado “The Magical Number Seven, Plus or Minus Two” (O Número Mágico Sete, Mais ou Menos Dois) o qual argumentava que nosso cérebro tem dificuldades em armazenar um número contendo mais que 7 ou 9 dígitos em sua memória recente. É por este motivo que nossos celulares tem 8 dígitos (e os telefones fixos antigamente tinham 7).
Via de regra, todas as nossas senhas (a maioria delas) não devem ultrapassar nove dígitos e dificilmente gravamos na memória coisas maiores que isso, inclusive os protocolos de atendimento!
A ‘regra dos três’ está em todo o lugar e são as mais lembradas nos slogans, como a frase de Barack Obama “Yes we can!”, de Bombril “Tem 1001 Utilidades” ou das Casas Bahia: “Quer pagar quanto?”.
Use a ‘regra dos três’!
Em apresentações ou palestras, utilize este conceito para construir a mensagem que deseja passar. Difícil resistir à tentação de querer que as pessoas lembrem e armazenem tudo na sua apresentação, construindo as expectativas de que elas gravem tanta informação. A verdade é que elas guardarão apenas a ideia central, o “mote”, o “jargão” e a mensagem. Trabalhe isso para que sua informação tenha mais repercussão e o efeito principal esperado.
Quais são as três coisas que você queria me contar? Quais são os três motivos pelos quais devo te contratar? Quais são as três coisas que te fazem diferente dos demais?
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