Dúvidas sobre o que pode ou não pode em uma entrevista de emprego são bastante comuns. Especialista da consultoria Falconi responde as mais frequentes
Por: Camila Pati
A avaliação do currículo é apenas a primeira etapa. Se o profissional tem as qualificações e preenche os requisitos necessários, será chamado a participar de outras etapas, entre elas a entrevista de emprego presencial.
E é nesse momento que a atitude pode fazer toda a diferença na conquista da oportunidade. “Além do currículo, aspectos como perfil pessoal, postura, valores, disponibilidade para aprender e trabalhar em time são avaliados durante o processo seletivo”, diz Danielle Lopes, gerente de gente da Falconi Consultores de Resultado.
Ou seja, de nada adianta ter um currículo impecável e tropeçar na postura. Mas, o que pode e o que não pode em um processo seletivo? Quais as regras de comportamento? Confira as dúvidas frequentes dos candidatos e as recomendações da especialista:
1. Qual o melhor jeito de se preparar para uma entrevista de emprego?
O primeiro passo, diz Danielle, é revisar, ainda que mentalmente, principais competências, experiências (profissionais, acadêmicas e outras passagens relevantes), resultados alcançados, erros já cometidos e aprendizados.
“Identificar com naturalidade seus pontos fortes e a desenvolver é um grande clichê dos processos seletivos, mas revela autoconhecimento e humildade”, diz a especialista. Ela também destaca a importância de pesquisar sobre a empresa e os desafios de carreira que virão com a conquista da oportunidade.
2. Se a entrevista for por competência, o que muda na preparação?
Nas entrevistas por competência, o foco das perguntas serão passagens e vivências profissionais que revelem as habilidades requisitadas e os pontos em que o profissional ainda precisa se desenvolver.
É fundamental identificar a compatibilidade de suas experiências e habilidades com o que a empresa espera do futuro contratado, segundo a especialista.
“Sobretudo, o candidato deve trazer exemplos claros de situações reais nas quais transformou conhecimentos em contribuições”, diz Danielle.
3. Quais as piores atitudes que os candidatos podem ter em um processo seletivo?
A especialista cita cinco comportamentos que mais prejudicam os candidatos. Não conhecer a empresa e prosseguir mesmo sem se identificar com os seus valores é o primeiro.
Falta de foco é o segundo deles. “Passa a impressão de que está à procura de qualquer vaga”, diz. Falta de vontade (ou arrogância) para trabalhar em equipe é o terceiro.
Desinteresse em aprender é o próximo da lista que termina com o discurso pronto e ensaiado. “Que não retrate a realidade”, explica.
4. Quais os erros mais comuns entre os candidatos mais jovens em seleções?
“É a falta de autoconhecimento, que resulta em uma busca por oportunidades que nem sempre refletem o que realmente motiva e faz com que estes jovens sintam-se realizados”, diz Danielle.
Manter uma visão de curto prazo também é um equívoco comum. “Especialmente quando o assunto é a remuneração”, diz.
5. Qual deve ser a preocupação do jovem que busca sucesso profissional ao se candidatar a um processo?
Menos preocupação com o salário inicial e mais atenção ao desenvolvimento a médio e longo prazo. “O jovem deve investigar como a empresa investe na formação de seus profissionais e como reconhece resultados e diferencia alta de baixa performance”, diz Danielle.
6. O que fazer quando o recrutador faz uma pergunta e o candidato não sabe responder?
Honestidade e transparência são características valorizadas, diz Danielle. “Tentar sustentar uma posição através de respostas inconsistentes gera descrédito”, diz. Ela recomenda que o candidato reconheça que não sabe a resposta, mas que se prontifique a buscar a informação.
7. O que o candidato deve fazer ao perceber que errou, ou na postura ou em alguma informação transmitida, e quer reparar o dano?
“Ele deverá relatar para o entrevistador que refletiu sobre o comportamento, reconhecendo o erro e apontando o que aprendeu a partir dele”, indica a especialista. Adotar um comportamento diferente e deixar explícito que deseja reverter a situação pode aumentar as chances de continuar no processo seletivo.
8. Como agir quando o valor do salário não é posto na mesa?
Não há regra, segundo Danielle. “Sugiro que o candidato pergunte no início do processo em qual momento a empresa apresenta remuneração e oportunidades de carreira”, diz a especialista. Saber em qual etapa isso vai ocorrer vai minimizar a ansiedade.
9. O que fazer quando, no meio do processo, surge outra proposta mais interessante?
O primeiro passo é comunicar, o quanto antes, a decisão aos recrutadores. “Agradecer sua participação no processo e mencionar que deseja manter vínculos com a organização – seja como cliente, parceiro ou futuramente como colaborador – é um bom caminho”, sugere a especialista.
10. O que fazer quando o nervosismo é alto e os seus sinais evidentes durante a entrevista?
“Nervosismo é normal”, diz Danielle. Tratar a situação com naturalidade e até bom humor pode ser uma saída estratégica para a situação, de acordo com ela.
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