Por: Camila Silva

O mercado de cobrança americano movimenta 3,33 trilhões de dólares, emprega 136 mil pessoas e as empresas de cobrança conseguiram recuperar 55 bilhões em 2013. O segmento, de acordo com Patrick Morris, CEO da ASA International (Associação de Profissionais de Crédito e Cobrança), é muito bem regulamentado, tanto que a legislação representa uma série de entraves para as empresas de cobrança.

“Nos Estados Unidos, a grande maioria das empresas é pequena, tem menos de 20 colaboradores, e atua localmente com recuperação de hospitais e clínicas médicas”, descreve. “Essas empresas trabalham com custos fixos e sob a pressão do constante aumento de regulamentação. Temos leis federais e estaduais que muitas vezes são conflitantes e dificultam a obtenção da licença de trabalho”, comenta o executivo.

Para facilitar a atuação deste segmento, o trabalho da ACA consiste em sugerir mudanças na legislação. “O problema das nossas leis é que elas não acompanham a evolução tecnológica e o nosso modo de fazer negócios”, aponta Morris. Nos Estados Unidos, a cobrança só pode ser realizada por meio de dois canais: telefone fixo e carta. Celular, mensagens de texto e uso das redes sociais estão proibidos.

Porém, muitos consumidores norte-americanos já não têm telefones fixos, o que dificulta a negociação. “Se não conseguimos efetivamente falar com o devedor, ele não se mobiliza para consertar aquela situação. Depois do telefonema e carta, nossa única saída é ir para o tribunal de Justiça, mas ninguém quer isso”, conta. Apesar da restrição ao emprego de novas tecnologias na cobrança, Morris relata que o País conta com um sofisticado sistema de localização de consumidores a fim de identificar se o débito é recuperável ou não, se o inadimplente tem débitos a receber ou se está trabalhando.

Em sua segunda visita ao Brasil, a última realizada para palestrar no Fórum de Inovação do IGeoc, Patrick Morris contou que teve a oportunidade de visitar diversas empresas brasileiras e ficou impressionado com a criatividade e inovação do mercado brasileiro. “Com certeza temos muitas experiências para trocar”, finaliza.

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