Por: Luciana Coelho
Imagine todos os meses assinar o cheque do aluguel, colocá-lo no envelope e remeter pelo correio. E fazer o mesmo com a conta de luz. E a assinatura do jornal. Ou mesmo com uma doação a instituições de caridade.
Pois os norte-americanos remetem cotidianamente o pagamento das contas, em cheque, pelo correio, como correspondência simples. Esse comportamento, arraigado, tem perpetuado a longevidade do cheque.
Em 2006, segundo o Federal Reserve (o banco central dos EUA), 32% dos pagamentos efetuados sem dinheiro vivo foram em cheque. Em 2009, dado mais recente disponível, o número caiu para 22%. Ainda assim, os americanos assinaram 24,5 bilhões de cheques naquele ano, em um total estimado de US$ 31,6 trilhões.
Apesar do avanço das transações eletrônicas, algumas pessoas e instituições (senhorios e imobiliárias, sobretudo) só aceitam receber pagamentos em cheque, principalmente pelo custo, geralmente menor do que o de transferências.
Há ainda o traço cultural de confiar nesse meio de pagamento (6% dos cheques nos EUA são estornados), que produz situações inusitadas. O motorista sem moedas pode, por exemplo, enviar pelo correio um cheque de US$ 0,50, a posteriori e sem multa, para o pedágio.
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