Por: Sérgio Tauhata e Alessandra Bellotto
Nem sempre os milionários compram tudo à vista, sem recorrer a financiamentos. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais mostram um crescimento de 20,4% do crédito imobiliário no primeiro semestre dentro do “private bank” – onde, na maioria das instituições, os clientes menos abastados têm, pelo menos, R$ 3 milhões em patrimônio financeiro.
Mas não é porque a vida tenha ficado mais difícil para os mais ricos. Trata-se de uma opção de liquidez, explica Maria Eugênia Lopez, diretora-executiva de particulares e gestão de patrimônio do Santander. “Para o cliente do private é importante manter a liquidez. É um benefício”, afirma.
A compra de um imóvel à vista reduz a disponibilidade de dinheiro no curto prazo e, consequentemente, a capacidade de o cliente private aproveitar eventuais oportunidades de negócio, acrescenta João Albino, diretor do “private banking” do Bradesco.
Maria Eugênia destaca que, com a taxa Selic em 11% ao ano, “se torna interessante ao cliente tomar crédito imobiliário, em lugar de resgatar recursos aplicados”. Essa vantagem ocorre porque os juros dos empréstimos imobiliários aos ricos estão abaixo do custo de oportunidade representado pela taxa básica. “Como esse é um cliente com patrimônio elevado, que tem R$ 10 milhões, R$ 20 milhões com o banco, ele consegue uma taxa de financiamento bastante competitiva, entre 8,75% e 9% ao ano. Ou seja, os recursos podem ficar aplicados a uma taxa maior que a do empréstimo”, diz Albino.
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