Por: Marcela Vertuan
Já diz o verso de uma famosa música que “dinheiro na mão é vendaval”. Para muita gente, não importa a idade, basta tê-lo para que o consumismo tome conta de sua natureza e ele não demore a acabar. Mas, quando ele chega ao fim não quer dizer que seja realmente o término de tudo. Nesta hora, o chamado “dinheiro de plástico” costuma entrar em ação
De acordo com um estudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o mercado brasileiro de cartões de crédito e de débito deve faturar, neste ano, R$ 1,3 trilhão. Isso sem deixar de levar em consideração que 2014 foi um ano difícil para a economia brasileira e que 2015 está sendo um ano de ajustes.
Além disso, outro número também impressiona: 25% do que as famílias brasileiras consomem são pagos com algum tipo de cartão. Como podemos perceber trata-se de um mercado que vem crescendo em ritmo acelerado. No entanto, tal facilidade em ter como pagar as despesas, sejam elas quais forem, sem a necessidade do dinheiro físico, pode resultar em endividamento.
Se a palavra endividar já dá arrepios em grande parte dos adultos, o que dizer quando ela está associada aos jovens? Pois, é. Você pode não acreditar, mas, de acordo com estimativas do SPC Brasil, aproximadamente 6,3 milhões de jovens entre 18 e 24 anos estão com restrições no CPF devido a atrasos financeiros. Este número representa 26% (pouco mais de um quarto) da população brasileira compreendida nesta faixa etária. A título de comparação, quando um jovem norte-americano ou europeu se endivida com cartões de crédito, os juros a serem pagos são de 10 a 20% ao ano. Já no Brasil, eles chegam a quase 260%, índice acumulado em 2014.
Mas, porque isso ocorre? Certamente, porque no Brasil a educação financeira não está devidamente difundida. Os posicionamentos dos pais (ou a falta de) em questões como desejos e limites poderão impactar no equilíbrio financeiro da vida adulta dos filhos. Estes, por sua vez, não aprendem apenas por meio de conversas, mas principalmente pela postura dos seus pais, que devem se incumbir da responsabilidade de mostrar o valor do dinheiro ganho, o porquê de poupar e a importância de não gastar deliberadamente pela simples vontade de consumir.
Tanto para os pais quanto para os filhos, algumas dicas podem ajudar a não se endividar com o uso dos cartões de crédito.
1 – Se não for necessário efetuar a compra naquele momento, deixe para outro momento. Avalie se esta “necessidade” é realmente primordial.
2 – Não se iluda com as compras de baixos valores. O acúmulo delas, no fechamento da fatura, pode gerar um montante acima do previsto.
3 – Tenha cuidado com o número de parcelas. Elas podem comprometer mais do que você imagina.
3 – Guardar os comprovantes das compras pode ajudar no seu controle pessoal. Com a fatura em mãos, você poderá conferir cada gasto.
4 – Cartão de crédito não é complemento de renda. Considere-o como um benefício que pode ajudá-lo em algumas emergências. Lembre-se: todo e qualquer gasto relacionado a ele deve estar dentro do seu orçamento mensal.
5 – Pague sempre o valor total da fatura no vencimento. Evite aderir ao rotativo para não se endividar ainda mais em decorrência dos juros.
Marcela Vertuan é Diretora de Cartões da Sorocred. Fundada em 1990, a empresa é especializada em produtos e serviços voltados para a nova classe média brasileira. São mais de 30 modalidades entre cartões, linhas de crédito, investimentos e seguros.
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