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Itaú espera alta de 6% para crédito em 2017, após queda neste ano

por: Afonso Bazolli
em: Crédito
fonte: Valor Econômico
23 de agosto de 2016 - 18:06

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Por: Talita Moreira, Felipe Marques e Vinícius Pinheiro

Depois de piorar a projeção de desempenho para a sua carteira de crédito neste ano e passar a prever um recuo de até 11%, o Itaú Unibanco espera retomar o crescimento dos empréstimos em 2017. A expectativa do maior banco privado do país é de um aumento da ordem de 6% para o crédito no ano que vem.

Esse resultado representaria um crescimento real (descontada a inflação) pouco acima do Produto Interno Bruto (PIB), afirmou Eduardo Vassimon, vice-presidente executivo e diretor financeiro do Itaú. O banco projeta uma alta de 1% do PIB no ano que vem.

“Teremos um pequeno, mas real, crescimento de crédito em 2017. Em 2018, o crescimento pode ser mais relevante”, disse, em teleconferência com analistas para comentar o resultado do segundo trimestre. A carteira de crédito do Itaú encerrou o segundo trimestre em R$ 608,6 bilhões, queda de 4,5% no trimestre e de 5,4% em 12 meses.

A combinação entre uma maior demanda por crédito, graças à recuperação da confiança, e do relaxamento de alguns critérios para a concessão possibilitará o avanço do portfólio, segundo Vassimon. “É natural, aos poucos, ajustarmos os critérios para sermos um pouco menos restritivos”, afirmou.

A queda no crédito ajudou a elevar os índices de capital do Itaú, mesmo com o impacto da consolidação do banco chileno CorpBanca nos resultados. O indicador de capital principal, um dos que mede a capacidade dos bancos de conceder financiamentos pelas regras de Basileia 3, subiu de 14,3% para 14,8% do primeiro para o segundo trimestre.

Segundo Vassimon, o banco considera 12% como o nível mínimo de capital para operar em um país sem grau de investimento, como o Brasil. Caso o banco identifique excesso de capital, a estratégia a ser adotada provavelmente será acelerar o programa de recompra de ações, segundo o executivo.

“Se o crédito não crescer e não houver aquisições, podemos considerar ser mais agressivos em recompras de ações”, afirmou. O banco não considera, por ora, mudar sua política de dividendos, mas ele disse que a instituição tem olhado oportunidades de aquisições em que possa aplicar esse capital.

Os bancos têm compensado parte da retração da carteira de crédito cobrando mais caros na concessão de dinheiro novo ou na renovação de linhas. O Itaú ainda vê espaço para esse movimento continuar nos próximos trimestres, segundo o diretor de relações com investidores do banco, Marcelo Kopel. Ele não espera uma pressão nas margens da instituição mesmo com o esperado processo de queda da taxa básica de juros (Selic). “O cenário de crescimento real da carteira acima do PIB, caso se confirme, deve ajudar as margens no ano que vem”, disse.

Enquanto o crédito não se recupera, o Itaú espera ganhos maiores em outras linhas, como a tesouraria. O banco projeta resultado de R$ 6 bilhões para este ano, R$ 1 bilhão a mais que o previsto originalmente, segundo Vassimon. A melhora na estimativa leva em conta o bom resultado com a tesouraria na primeira metade de 2016 e a incorporação do CorpBanca no segundo trimestre.

Na primeira metade do ano, a margem financeira com o mercado, que abrange as operações da tesouraria, foi de R$ 3,258 bilhões. Embora o número represente uma queda de 5,1% em relação ao mesmo período de 2015, já é mais da metade do volume esperado para este ano.

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