Por: Ana Paula Ragazzi
O Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios, contratou a PwC para realizar o leilão de sua problemática carteira de créditos privados que soma R$ 1,7 bilhão. Na semana passada, segundo fontes, a PwC encaminhou termo de confidencialidade a possíveis interessados em olhar os créditos. Procurado, o Postalis confirmou a contratação, e a PwC disse que não comenta casos específicos.
Conforme já informou o Valor, a administração do Postalis tomou a decisão de leiloar os créditos depois de passar meses procurando no mercado um gestor especializado em recuperação de créditos não pagos. O objetivo do leilão é retirar da carteira do Postalis definitivamente esses títulos que, a cada ano, por conta das provisões e equacionamentos necessários, contribuem para um aumento do déficit do fundo ao redor de R$ 200 milhões, de acordo com fontes.
Se entregasse a cobrança e recuperação dos créditos para um gestor especializado, seguindo o exemplo de vários outros fundos de pensão, o Postalis teria de continuar “carregando” esses ativos.
De acordo com uma fonte com conhecimento do tema, os papéis devem ter sido avaliados por valor ínfimo, uma vez que estão sendo investigados pela Polícia Federal e pela CPI dos fundos de pensão. Por essa razão, questiona se a decisão de leiloar os papéis é a que trará melhor probabilidade de recuperar recursos para os participantes do fundo.
Dentro dessa carteira de crédito privado há algumas operações polêmicas, como as aplicações em papéis do grupo Galileo, que investiu em duas faculdades no Rio, Gama Filho e UniverCidade, meses antes de ambas serem descredenciadas pelo Ministério da Educação (MEC), além de outros casos investigados pela Comissão de Valores Mobiliários.
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