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Faltam linhas de crédito para pós-graduação e MBA

por: Afonso Bazolli
em: Crédito
fonte: O Estado de S.Paulo
20 de julho de 2014 - 14:03

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A ampliação do fundo de financiamento estudantil (FIES) pode facilitar a vida de estudantes de cursos Stricto Sensu

A ampliação do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para cursos de pós-graduação já anima os estudantes e o mercado. O cadastro das instituições de ensino interessadas na adesão foi aberto na semana passada, mas ainda não há uma data definida para os primeiros contratos serem firmados, segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O maior grupo educacional privado do país, resultado da fusão de Kroton e Anhanguera, por exemplo, já anunciou que irá aderir ao novo Fies.

Já a Caixa Econômica Federal, que opera o Fies da graduação juntamente com o Banco do Brasil, informou que está reformulando o seu atual produto para a pós-graduação. Apesar da boa notícia, permanece a escassez de linhas de financiamento para estudantes que buscam cursos lato sensu, como os de MBA e especialização. Isso porque o Fies da pós-graduação vai abranger somente cursos stricto sensu, ou seja, de mestrado e doutorado recomendados pela Capes.

O governo ainda não divulgou detalhes sobre como serão os juros e o prazo de pagamento no Fies da pós-graduação. Mas a expectativa é de que as taxas sejam mais atrativas do que as oferecidas hoje pelo mercado. As linhas de Bradesco, Santander e Ideal Invest (Pravaler) voltadas para pós-graduação e MBA têm taxas em torno de 2% ao mês e até 48 meses para quitar a dívida. Para comparar, o juro do financiamento do atual Fies da graduação é bem menor, de 3,4% ao ano, e o prazo de pagamento pode ultrapassar três vezes o tempo do curso.

Na avaliação do consultor financeiro Conrado Navarro, do Dinherama, existem poucas opções de crédito para quem busca uma qualificação profissional após a faculdade. Além disso, são empréstimos caros, sem vantagens em relação às linhas de crédito comuns. Já para quem quer estudar fora do país, o cenário é um pouco mais animador: as instituições estrangeiras oferecem linhas de crédito próprias e mais vantajosas, com prazo de pagamento dilatado.

No Brasil, algumas instituições oferecem desconto de até 15% para alunos que pagarem o curso à vista, mas essa opção só é vantajosa para quem já tem dinheiro guardado. Pegar um empréstimo para pagar o curso à vista e aproveitar o desconto fica mais caro, já que os juros ultrapassam o valor abatido. “Quem tem o plano de fazer um curso, não deve decidir de última hora. O melhor é se planejar e economizar dinheiro para pagar parte à vista e financiar um valor mais baixo”, diz Navarro.

Parcelas. No Grupo Ibmec, com 5 mil alunos nos cursos de pós-graduação e MBA, a maior parte dos estudantes prefere parcelar diretamente com a faculdade. Para um MBA de 18 meses, o grupo oferece a opção de 27 parcelas. “Se o aluno quiser um prazo maior, pode recorrer ao convênio que temos com o Bradesco, que garante taxas mais baixas que as do mercado”, diz o diretor acadêmico e operações do Grupo Ibmec, Itamar Miranda Machado.

Um MBA na instituição custa em torno de R$ 30 mil. Segundo Machado, antigamente muitas empresas subsidiavam a qualificação de seus funcionários, mas hoje, quando financiam, é apenas em torno de 50% do valor total.

De acordo com o diretor executivo da Ideal Invest, da linha Pravaler, Carlos Furlan, ainda falta tradição de crédito educacional no Brasil. Na pós-graduação, ele acredita que essa cultura virá nos próximos anos, quando os egressos da graduação buscarem a continuidade dos estudos. “A evasão e a inadimplência dos alunos de pós são menores, pois é mais difícil o estudante errar na escolha do curso”, avalia Furlan. Na Ideal Invest, hoje 10% dos contratos de crédito são de pós-graduação, mas a expectativa é de que esse porcentual chegue a 20% nós próximos 18 meses.

Ensino

O salto no número de estudantes de ensino superior no Brasil refletiu no aumento da procura por cursos de pós. Entre 2002 e 2012 , o número de matrículas na graduação mais que dobrou e chega a 7 milhões. No mesmo ritmo, nos cursos de mestrado e doutorado as matrículas passaram de 106 mil para 203 mil no período.

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