A análise de crédito é uma etapa crucial na operação de fomento mercantil porque depois da liberação do dinheiro, as coisas fogem ao controle da factoring que passa a depender de terceiros (cedentes, sacados e, eventualmente, Justiça) para receber. Por isso, as exigências com os critérios de avaliação são rígidas e para que a análise seja realmente feita de acordo com tais critérios, os dados de cedentes e sacados fazem toda a diferença.
“Com o passar dos anos os golpes ficaram mais perfeitos, podemos dizer que tivemos algumas melhorias nos produtos de análise de crédito, porém ainda deixam a desejar”, afirma João Sal, sócio da Investhor Factoring, empresa situada no Rio de Janeiro. Para ele, para que os analistas de crédito desempenhem bem sua função, é imprescindível contar com informações de qualidade. “Realmente faltam informações para uma análise fundamentada de crédito. Coitada da empresa que não tiver um bom analista com expertise e vivência de sola de sapato, se for olhar só os números do Equifax e dos concorrentes possivelmente se dará mal”, constata Sal.
As limitações dos bancos de dados cadastrais fazem com que o analista de crédito busque outras fontes de informação. Mas, isso nem sempre é feito por uma questão de competência, como apontado por Sal. Por conta disso, muitos analistas utilizam apenas os dados das empresas de cadastro e se fiam em informações obtidas de forma superficial. “Para termos uma ideia, o Serasa hoje é uma central de atendimento. Há dois anos ainda era o gerente quem atendia. No meu ver com o advento da informática criou-se a preguiça digital, em que ninguém mais quer pensar, visitar. Não há dúvidas que as empresas se tornaram mais rápidas em vários aspectos, porém em se tratando em informação de crédito a evolução foi muito pequena”, desabafa.
Mesmo as tentativas de criar ferramentas exclusivas para as empresas de factoring não foram bem-sucedidas, na opinião de Sal. Para ele, até que houve, num primeiro momento, um movimento positivo de apoiar a iniciativa, mas não houve mudanças perceptíveis. “Falando especificamente do Equifax Factor, fomos os primeiros no Rio de Janeiro a acreditar no produto. Mas, desde sua criação não teve nenhuma melhoria; pelo que sei foi um produto comprado de uma empresa menor, teve uma leve melhoria e colocaram no mercado. No início foi um sucesso, hoje diversas empresas não informam ou informam só o que querem e várias não participam mais do grupo”, lamenta Sal.
Mesmo as informações que constam nos bancos de dados dessas empresas são vistas com receio por Sal. Isso porque a forma como são captadas, à distância, não inspira confiança. “Sou do tempo em que o Serasa enviava uma pessoa em sua empresa com um questionário, hoje vem por correio, pedindo balanço e contrato social”, aponta.
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