Por: Renan Marra
As pessoas da classe C recorrem cada vez mais a amigos e familiares para tomar empréstimos financeiros. São os chamados empréstimos informais, que estão se tornando mais comuns no país.
Pesquisa do Data Popular, mostra que 15% dos entrevistados declararam que pediram socorro financeiro a parentes ou amigos em média 4,2 vezes num período de 30 dias. Em 2010, esse percentual era de 7%, com média de uma vez por mês.
Para o presidente do instituto de pesquisa, Renato Meirelles, o aumento dos empréstimos informais acontece em razão da crise econômica e do endividamento das pessoas.
“Essas pessoas aprendem a se virar em momentos de adversidade e muitos já estão alavancadas [devendo] com o banco. E nessa situação, você fica sujeito a juros muito altos”, diz Meirelles.
Também aumentou o número de pessoas que compraram fiado, deixando para pagar depois. Em 2010, 23% fizeram dívidas dessa forma; neste levantamento foram 29% dos entrevistados.
Já o total de pessoas que considera difícil ou muito difícil pagar as contas do dia a dia saltou de 32% para 65%.
“Isso acontece primeiro porque o crédito bancário está muito caro. Fora do sistema, o crédito é bem mais barato”, analisa o economista Roberto Luis Troster, especialista em crédito.
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SOLIDARIEDADE
Meirelles aponta ainda que os momentos de crise ativam uma rede de solidariedade na classe C, que passa a pedir mais empréstimos a parentes e amigos quando não pode recorrer aos bancos.
“A classe C está aprendendo a se virar neste momento de crise. Além de recorrer a empréstimos de amigos, também fazem bicos para ganhar uma renda extra”, disse Meirelles.
Participaram da pesquisa, 3.500 pessoas em 150 municípios do país. A faixa de renda por pessoa da classe C vai de R$ 328 a R$ 1.128 mensais.
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