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Cartões crescem 210% em sete anos

por: Afonso Bazolli
em: Crédito
fonte: Brasil Econômico
02 de fevereiro de 2015 - 18:05

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O faturamento dos cartões de crédito e débito cresceu no país nada menos do que 210% em sete anos. Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central, o volume passou de R$ 265,9 bilhões para R$ 826,9 bilhões. No crédito o faturamento foi de R$ 534 bilhões e no débito R$ 293 bilhões, o que significa crescimento, respectivamente, de 14,7% e 23,4% em relação ao ano anterior. Nesse ano, foram realizadas 5 bilhões de transações com cartões de crédito e 4,9 bilhões com cartão de débito, com aumento de 12,2% e 18,9%, respectivamente.

Os números são pouco inferiores aos informados no início do ano pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs, a entidade que reúne os emissores de plásticos), que antecipou aumento de 17,8%. Apesar do ritmo de aumento continuar firme, as taxas cobradas dos lojistas está caindo mais devagar. “A taxa recuou levemente em um ano, de 2,78% para 2,75%. No débito elas são praticamente as mesmas há anos. Isso indica que está se esgotando o espaço para redução dos custos por conta da maior concorrência, que teve início em 2010 com o fim das exclusividades entre as maquininhas de cartões e as bandeiras”, diz Boanerges Ramos Freire, presidente da Boanerges& Cia.

Consultoria em Varejo Financeiro. Outro dado importante registrado pelo relatório do BC, segundo Freire, é o percentual de transações efetuadas com cartões de tarja magnética: caiu pela metade em um ano, de 20,6% para 10,2% no fim do ano passado. Em 2007, era mais de 88%. “A tarja vem sendo substituída pelo chip, muito mais seguro. Mas como as transações não-presenciais também vem crescendo — praticamente dobraram em sete anos e em um ano passaram de 7,3% para 8,1% do total— é preciso tomar cuidado dobrado com as fraudes eletrônicas”, alerta.

A taxa de ativação dos cartões de crédito também está caindo ao longo dos anos. No último trimestre, esse percentual ficou em 47,9% ante 56,6% no mesmo período de 2007. No total foram emitidos 182,4 milhões de plásticos de crédito entre setembro e dezembro do ano passado. Desses, a maioria foi da Visa, com 47,8 milhões, seguido pela Mastercard, com 36,7 milhões. A terceira colocada, a HiperCard, emitiu somente 4,8 milhões. Já no débito a taxa só aumenta: em sete anos, passou de 25,7% para 36,5%.

Aqui, a líder também é a Visa, com mais de 50,5 cartões emitidos somente no quarto trimestre de 2013. Em seguida aparece a Mastercard mas a terceira colocada é a Elo. Tanto no crédito quanto no débito, o ranking de transações acompanha o de emissões, ou seja, a Visa lidera. Os cartões puros ainda representam a grande maioria dos plásticos, com 62,7 milhões emitidos no último trimestre. Mas os híbridos estão crescendo rapidamente. No primeiro trimestre de 2007 foram emitidos 2,2 milhões e no último trimestre do ano passado, 15,2 milhões.

Ou seja, a participação no total de plásticos emitidos passou de 3,9% para 17,4%. Já os cobranded cresceram menos, de 7,5%para 10,9%. Segundo as definições do BC, cartão híbrido é aquele emitido com função crédito e em parceria com comerciante. Ao portador desse cartão é concedido um limite de crédito pelo banco emissor da bandeira, que pode ser utilizado em quaisquer estabelecimentos credenciados para aceitar essa bandeira, e um limite de crédito concedido pelo estabelecimento parceiro, que pode ser utilizado apenas nos estabelecimentos do parceiro.

Cartão cobranded é um cartão de crédito emitido em parceria com uma empresa, com objetivo de fidelizar o portador por intermédio da sua afinidade com a marca parceira. Freire nota, ainda, que a parte que as credenciadoras gastam com pagamentos aos emissores dos cartões — os bancos — está proporcionalmente cada vez maior pois não é alterada há mais de quatro anos. Como a taxa de desconto cobrada dos lojistas veio caindo, a relação entre ela e a taxa que paga aos emissores, ou tarifa de intercâmbio, piorou, ou seja: o ganho líquido dos credenciadores cai e os dos bancos sobe.

Como a maioria dos bancos no Brasil também é dono de credenciadores, o problema só aparece quando a empresa é de capital aberto, como a Cielo. Mas como os volumes estão crescendo, no faturamento final também não há impacto importante. A parte das tarifas que os credenciadores repassam aos bancos passou de 46,8% em 2007 para 60,3% em2013; e no débito, de 49,7% para 51%. Entre as taxas pagas às bandeiras estão as pagas pelo credenciador (taxa de licenciamento da marca; taxa sobre volume financeiro transacionado e taxa referente ao processamento de transações), e as pagas pelo emissor (taxa de licenciamento da marca; taxa sobre volume financeiro transacionado; taxa em relação à base de contas e taxa referente ao processamento de transações).

Além dessas, há a tarifa de intercâmbio (que o credenciador paga ao respectivo emissor do cartão), a taxa de desconto (que o estabelecimento comercial paga ao credenciador) e a tarifa ao portador (paga ao emissor do cartão, geralmente sob a forma de anuidade). Em relação às anuidades, houve aumento por parte das bandeiras Mastercard e Amex e redução na Diners e Visa. Curiosamente, o cheque ainda resiste. Considerando a quantidade de transações, o volume em cheques recuou de 2 bilhões para 1,3 bilhão em sete anos—enquanto com cartões de débito passou de 1,7 bilhão para 4,9 bilhões e em crédito, de 2,2 bilhões para 5 bilhões.

Em relação a volume financeiro, a situação é bem diferente. Os cheques ainda foram responsáveis por R$ 2,9 trilhões – ante R$ 2,2 trilhões em 2007 —, enquanto os cartões de débito transacionaram R$ 293 bilhões e os de crédito, R$ 534 bilhões.

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