Segundo a Febraban, o cadastro evita a assimetria de informações, na qual o cliente sabe que pode pagar, mas a instituição financeira não tem como saber
O cadastro positivo vem sendo anunciado como a redenção dos bons pagadores. Nesse cadastro estaria registrado, se autorizado pelo cidadão, para consulta pelas instituições financeiras, o histórico de pagamentos do cidadão. “Em tese, se o cidadão estiver no cadastro significará que é bom pagador e, com isso, a instituição poderia oferecer taxas de juros”, diz o consultor financeiro pessoal Kléber Rebouças.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), por meio da sua assessoria de imprensa, afirma que o novo cadastro, um banco de dados que irá armazenar informações sobre o histórico de crédito dos consumidores é uma boa opção para obter taxas mais baixas.
Destaca que o cliente precisa autorizar que suas informações sejam visualizadas pelas instituições financeiras e outras empresas que vendem crédito, consórcios e concessionárias de serviços públicos. “O Novo Cadastro tende a diminuir a chamada assimetria de informações (na qual o cliente sabe mais sobre sua capacidade de pagamento do que quem empresta), que dificulta a contratação de um empréstimo, fazendo com que os bons pagadores paguem pelo risco representado pelos maus pagadores”.
Mas ainda há quem prefira pagar tudo à vista e ainda pedir desconto, como o economista Paulo Egídio Feitosa. “A gente sabe que não existe nada sem juros. Mesmo quando dizem que não, o juro está embutido ali na parcela”, comenta, ressaltando que é preciso criar a cultura do ante endividamento.
Uma das regras de ouro que ele utiliza é pagar o total da fatura do cartão de crédito e sem nenhum dia de atraso. Lembra que apenas um dia gera multa de 2%, além dos juros de mora. Adianta que não se deve nem pensar em pagar o valor mínimo ou em parcelar o valor da fatura.
“O juro do cartão é o mais alto do mundo. Se as pessoas olhassem o Custo Efetivo Total (CET) não cairiam nessa armadilha”. Feitosa também condena o uso do cheque especial. “Se tiver mesmo que pedir dinheiro emprestado use o empréstimo pessoal, mas de preferência o crédito consignado que é o mais barato”. Por fim, o economista diz que antes de comprar em mais de 10 vezes a pessoa multiplique o número de parcelas e depois compare com o valor que pagaria à vista para ver a diferença. Ensina que é preferível guardar, durante alguns meses, o valor da parcela e comprar à vista ou dar uma boa entrada.
Mas para quem precisa usar o crédito, a Febraban observa que antes de consumir qualquer mercadoria, o cliente deve pesquisar os preços para efetuar uma boa compra. “E a questão do juro não poderia ser diferente, pois ele impacta diretamente no bolso no consumidor”. Portanto, antes de contratar qualquer tipo de crédito, seja ele imobiliário ou empréstimo pessoal, o consumidor deve checar todas as oportunidades para ter certeza que fez um bom negócio.
Lembra também que o cheque especial é um instrumento para ser usado apenas em casos de emergência. Mas mesmo nestes casos, só é indicado o seu uso quando o cliente sabe que conseguirá cobrir sua conta corrente no prazo de alguns dias. “Se a pessoa já fez um empréstimo e se arrependeu. Ela pode fazer uma portabilidade de crédito”. (Artumira Dutra)
CADASTRE-SE no Blog Televendas & Cobrança e receba semanalmente por e-mail nosso Newsletter com os principais artigos, vagas, notícias do mercado, além de concorrer a prêmios mensais.